Prefeito de Gameleira: revista distorce informações sobre emendas de R$ 20 milhões
Wilson Tavares afirma que verba ainda não foi paga e que recurso irá para rodovia
De acordo com o prefeito de Gameleira de Goiás, Wilson Tavares (DEM), a reportagem da revista Crusoé distorce informações ao dizer que ele receberia R$ 20 milhões em emendas do senador Márcio Bittar, do MDB do Acre, para realizar asfaltamento e recapeamento da cidade. O gestor afirma que o recurso, que seria na verdade R$ 19 milhões, não foi debitado e será destinado a fazer uma rodovia que liga o município ao Lago Corumbá (R$ 15 milhões) e ao asfalto (R$ 4 milhões). “É uma rota turística”, explica sobre a maior destinação.
De acordo com a revista, a cidade, com cerca de 3,8 mil habitantes, estaria entre os municípios com recursos destinados pelo “Bolsolão” – como têm sido chamada as verbas paralelas (disfarçadas de emendas parlamentares) para compra de apoio de congressistas pelo governo Bolsonaro (sem partido), como mostrou o Estadão. Segundo reportagem da Crusoé, o senador Márcio Bittar destinou R$ 20 milhões ao município, sendo que R$ 14 milhões já estariam pagos.
“Nada foi pago. Eu assinei um contrato com a Caixa Econômica em janeiro deste ano. Ainda é preciso fazer um projeto e licitar”, explicou o gestor que enviou o extrato do contrato R$ 15.015.015,02 da rota turística e de R$ 4.154.540,88 para recapeamento asfáltico de vias públicas do Município de Gameleira de Goiás.
Wilson admite que conhece o senador, porém, ele achava que o dinheiro viria direto do Ministério do Desenvolvimento Regional. Segundo a revista, o prefeito teria dito que não conhecia o congressista, mas que sabia das emendas.
Senador
O portal tentou por diversas vezes falar com o senador do Acre, por meio de sua assessoria. No momento da publicação, eles retornaram, mas informaram, apenas, que emitirão uma nota oficial, que será incluída neste texto, quando for enviada.
Vale destacar, Bittar é próximo ao presidente Bolsonaro e tem ocupado posições estratégicas, sendo, inclusive, relator da chamada PEC emergencial. Mais recentemente, ele foi indicado para mesma função para proposta orçamentária deste ano, ou seja, as “emendas de relator” que teriam dado origem ao orçamento paralelo. Neste ano, estas verbas estão estimadas em R$ 18 bilhões.
Bolsolão
Segundo reportagem do Estadão, no domingo (9), existe um esquema de um orçamento secreto montado pelo presidente para conseguir apoio no Congresso e atropelar a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO).
A reportagem informou que houve a liberação sigilosa de R$ 3 bilhões para serviços de obras e compras de tratores e máquinas agrícolas indicados por um grupo escolhido a dedo de deputados e senadores, no fim ano passado.
O esquema, segundo a reportagem, ocorreu por meio de um novo tipo de emenda de relator-geral do orçamento, ou emendas de relator – neste caso, parte dos gastos anuais do governo são aplicados conforme indicação do parlamentar escolhido (um aliado) para ser o relator do orçamento federal. Do total de repasses previstos, R$ 271,8 milhões foram destinados à aquisição de máquinas pesadas por preços até 259% acima dos valores da tabela de referência do governo válida para 2021. O esquema ficou conhecido como “tratoraço”.
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