RECURSOS

Professora aciona Ministério Público para investigar pagamento a advogado de Arthur do Val

A professora Luciene Cavalcante acionou o Ministério Público de São Paulo para apurar se houve…

Relatório pede cassação de Arthur do Val na Assembleia de São Paulo
Relatório pede cassação de Arthur do Val na Assembleia de São Paulo (Foto: Reprodução - Alesp)

A professora Luciene Cavalcante acionou o Ministério Público de São Paulo para apurar se houve uso de recursos públicos para custear o advogado do deputado estadual Arthur do Val. Paulo Henrique Franco Bueno, que assina a defesa prévia do “Mamãe Falei” na Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp), é chefe de gabinete do vereador Rubinho Nunes.

Segundo argumenta Luciene, o exercício profissional da advocacia precisa ser remunerado pelo mínimo previsto na tabela da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), senão constitui infração disciplinar. No caso de processo administrativo, o valor é R$ 8.671,79 ou 20% da causa.

A servidora afirma haver elementos suficientes para suspeitar que nenhum valor foi pago e que a estrutura do gabinete foi utilizada para “proveito próprio”.

“A situação precisa ser elucidada, pois utilizar a estrutura da Câmara para outros fins é ato de improbidade administrativa. Nós, mulheres, somos a maioria nos serviços públicos e na população, e não vamos aceitar mais esse absurdo de pagar pela defesa desse deputado”, afirma a professora.

Luciene é ativista do coletivo Esperançar, formado por professores e servidores públicos, e faz parte do Conselho de Inclusão dos gabinetes do vereador Celso ​Giannazi (PSOL) e do deputado estadual Carlos Giannazi (PSOL).

Procurado, Rubinho Nunes disse não haver fundamento na representação. “É apenas retaliação de uma servidora em razão do meu trabalho à frente da reforma da previdência que acabou com privilégios em São Paulo”, sustenta.

Ele diz ainda não haver impedimento legal para a atuação do seu chefe de gabinete. “Enquanto vereador, sou impedido de figurar como advogado em causas de interesse de órgãos públicos como a Alesp. No caso do meu chefe de gabinete, não há qualquer impedimento, sendo que no dia do julgamento da admissibilidade dos processos do Arthur, ele estava afastado das funções e teve o dia descontado.”

Arthur do Val, que despontou no Youtube com a alcunha Mamãe Falei, é alvo de 21 representações que pedem a cassação do mandato por quebra de decoro parlamentar. O deputado estadual gravou áudios sexistas sobre refugiadas ucranianas e acabou retirando sua candidatura ao governo de São Paulo pelo Podemos.