INVESTIGAÇÃO

Relatório aponta que não houve esquema de fura filas em hospital de Luziânia

Comissão de sindicância formada por servidores da Secretaria Municipal de Administração concluiu que não houve…

Secretário de Luziânia deixa cargo após dizer em áudio que define quem faz cirurgia
Secretário de Luziânia deixa cargo após dizer em áudio que define quem faz cirurgia (Foto: Reprodução - TV Anhanguera)

Comissão de sindicância formada por servidores da Secretaria Municipal de Administração concluiu que não houve esquema de fura filas no Hospital Regional do Jardim do Ingá, em Luziânia, entre 1º de novembro de 2021 e 31 de maio de 2022.

O ex-secretário de Saúde, Divonei Oliveira, pediu afastamento em junho deste ano depois de abertura de investigação por parte do Ministério Público sobre áudio em que ele supostamente admitia coordenar um esquema de fura filas.

A sindicância chegou à conclusão após solicitar listagem de fila de espera e cirurgias realizadas durante o período. Chegou a constatar que nem todos os pacientes que passaram por cirurgias estavam na fila de espera. Por isso, questionou o hospital sobre a diferença.

A diretoria da unidade respondeu que quando a cirurgia é realizada se faz a exclusão da fila de espera, que as cirurgias de laqueadura são agendadas e controladas através do Planejamento Familiar. Além disso, o hospital só recebe a listagem e prontuários dos pacientes.

Ou seja, segundo o hospital, vários nomes de cirurgias já realizadas não estariam mais na lista da fila enviada e que a listagem de cirurgias de laqueadura e varizes, alvos da sindicância, ficaria em outra unidades.

Conclusão

Assim, a sindicância solicitou à Clinica de Especialidade e ao Planejamento Familiar listagem da fila de espera de ambas cirurgias. Com o envio das respostas, a Comissão de Sindicância concluiu que não houve irregularidades ou esquema de fura fila para cirurgia.

“Por ser uma quantidade mínima de prontuários não analisados, por extravio de folhas ou desorganização na recepção do paciente à fila de espera para cirurgia (..) que não era responsabilidade de apenas um servidor, sendo que cada servidor que tinha o dever de criar o prontuário e alimentá-lo com documentos necessários o fazia da forma que lhe convinha, não tendo um padrão a seguir pela Secretaria Municipal de Saúde”, conclui o relatório.

Defesa

O advogado Suenilson Saulnier Sá, que defende Divonei Oliveira, diz que o ex-secretário prefere continuar “tocando a sua vida”, permanecendo a disposição para quaisquer esclarecimentos que porventura ainda possam querer, e embora tenha sofrido bastante, por praticamente ter sido acusado, julgado, e condenado nas redes sociais, irá tratar do passado, como passado.

O defensor ainda diz que as preferências referidas nos áudios vazados diziam respeito às preferências que deveriam ser concedidas as cirurgias recomendadas pelo Ministério Público, ou as que envolvessem decisões judiciais. “Contudo, pelo seu jeito simples de se expressar, a pessoa que vazou o áudio deturpou o sentido das palavras dele”, afirma.