ELEIÇÕES

Senadores sugerem a ministros do STF que busquem diálogo com militares

Diante dos seguidos ataques do presidente Jair Bolsonaro ao sistema eleitoral, um grupo de sete senadores…

STF tem maioria para autorizar Justiça Militar a julgar civis em tempos de paz
STF tem maioria para autorizar Justiça Militar a julgar civis em tempos de paz (Foto: STF)

Diante dos seguidos ataques do presidente Jair Bolsonaro ao sistema eleitoral, um grupo de sete senadores sugeriu a ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) a criação de um canal de diálogo com militares e a manutenção de conversas com as demais instituições da República.

A intenção é resguardar o resultado das urnas nas eleições deste ano. Em jantar oferecido pela ministra Cármen Lúcia, esses parlamentares reforçaram a necessidade de vigilância por parte do Legislativo e do Judiciário para que não haja a ruptura da ordem democrática. Também participou da mesma conversa o presidente da Corte, Luiz Fux.

Esses congressistas pediram ao presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), para que os militares possam recebê-los para debater o assunto.

Nos últimos meses, Bolsonaro tem falado em nome dos militares para pressionar o Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Com acusações sem fundamento, o presidente da República repetiu em diversas ocasiões que não confia nas urnas eletrônicas.

O grupo que conversou com os magistrados foi representado por Renan Calheiros (MDB-AL), Fernando Bezerra Coelho (MDB-PE), Kátia Abreu (PP-TO), Randolfe Rodrigues (Rede-AP), Tasso Jereissati (PSDB-CE), Marcelo Castro (MDB-PI) e Eduardo Braga (MDB-AM).

A reunião entre parlamentares e ministros do STF foi publicada pela Folha de S. Paulo.

Na quinta-feira, em transmissão ao vivo veiculada em redes sociais, Bolsonaro voltou a atacar o TSE. Ele afirmou que o presidente da Corte, ministro Edson Fachin, tomou “medidas arbitrárias” ao tratar de questionamentos feitos pelas Forças Armadas sobre a segurança do pleito.

Desde abril, o presidente da República passou a defender publicamente a necessidade de que os oficiais das Forças Armadas façam uma contagem paralela dos votos, com a instalação de uma sala no próprio TSE. A tese, porém, é vista com restrições até mesmo por militares da ativa.