FLEXIBILIZAÇÃO

Serra Dourada lotado agora não dá, diz secretário de Saúde

O novo decreto do Estado (e da prefeitura de Goiânia) prevê a retomada dos treinos…

Serra Dourada lotado agora não dá, diz secretário de Saúde
Serra Dourada lotado agora não dá, diz secretário de Saúde

O novo decreto do Estado (e da prefeitura de Goiânia) prevê a retomada dos treinos e, eventualmente, dos jogos de futebol (com portões fechados) – o Brasileirão, inclusive, já tem data para começar: 9 de agosto. Para o secretário de Saúde de Goiás, Ismael Alexandrino, contudo, “não dá para imaginar o Serra (Dourada) lotado nesse período”.

De acordo com o titular da pasta, o calendário esportivo certamente é um desafio. Porém, o cuidado na retomada e a utilização dos protocolos e regras sanitárias é o novo normal, ela aponta.

Ele cita, inclusive, bares, restaurantes e academias, que também serão flexibilizados. “Precisaremos aprender a nos comportar nesses locais. Bares lotados, pessoas com dificuldades de transitar entre mesas e alto consumo de bebidas não é adequado.”

Alexandrino observa a necessidade de restrição de horários, distanciamento entre mesas e mais. “No caso de academias, não será simplesmente começar o treino”, aborda. Ele cita aferição de temperatura, higienização constante, enfim, um estado de alerta completo da população. “A pandemia tem fases e cada uma tem um comportamento esperado”, alerta.

Isolamento social

Segundo Ismael, as estruturas para amparar as mazelas da pandemia do novo coronavírus foram expandidas no seu limite, no que dava para expandir, e o isolamento social durou todo esse tempo por isso. “E o decreto [de flexibilização geral] é muito cauteloso em relação à forma de agir. O esforço foi feito no passado para possibilitar essa reabertura agora, seguindo os protocolos.”

Ainda assim, ele declara que haverão expansões de estruturas nas próximas semanas. Desta forma, ele acredita que seja melhor ter atividades funcionando com regras, do que na clandestinidade.

Questionado sobre o isolamento social, cuja meta da quarentena intermitente era ultrapassar os 50%, mas que na prática ficou cerca de 38%, Alexandrino observa que a população se saturou. “E a ferramenta chamada isolamento social passou a não ter mais efeito.”

De acordo com ele, o isolamento social sozinho não é a resposta. “Foi muito importante no momento inicial, inegavelmente achatou a curva e permitiu expansão das estruturas, mas agora é outro momento da pandemia.”

Ele aponta que os estudos que se baseiam simplesmente em taxas de isolamento desconsideram outros atenuantes, como uso da máscara, medidas de higienização e mais. “Então, precisamos apontar viés para que a gestão aplique isso”, diz.

Curva

Virologistas, infectologistas e estudiosos diversos apontavam que cerca de 70% a 80% se contaminariam com a doença antes do curva começar a diminuir, lembrou o titular da pasta de Saúde. Ele, porém, afirmou que, com aproximadamente 20% de infectados, os óbitos reduziram.

“Goiás é um dos Estados que tem a menor taxa de letalidade.” Ele aponta que a contaminação segue alta, mas isso não significa letalidade – Estado tem 2,32% de letalidade, enquanto a média do País é de 3,9%.

“Temos observado nos últimos quatro dias que, do ponto de vista diário, houve diminuição de óbitos. Aumentado a contaminação, mas com redução de mortes.”

As UTIs, por sua vez, conforme o secretário, estão em 85%, em Goiás. “Mas a taxa é menor nas enfermarias e ainda há possibilidade de ampliação. Além disso, temos leitos de municípios que não entram no quadro do Estado.”

14×14

O modelo de quarentena intermitente, 14×14 – no qual se paralisam atividades não essenciais por 14 dias e depois flexibiliza por mais 14 dias –, teve vida curta. O decreto estadual, do fim de junho, não deve ser novamente aplicado, pelo menos é o que prevê Ismael.

“Mas é o comportamento da população que vai nos dizer. O nosso entendimento é que não haja mais fechamento.” Ismael entende que, por onde passou a pandemia, o sistema público e privado de saúde sofreram – até porquê, não há somente o coronavírus, mas outras enfermidades. “O sistema de saúde já está sofrendo, mas precisamos adequar nossa conduta para podermos conviver [com a pandemia]”, encerra.

Nesta segunda-feira (13), segundo dados da secretaria de Saúde de Goiás (SES-GO), existem 36.936 casos de Covid-19 no território goiano, sendo 10.773 de pessoas recuperadas e 880 óbitos confirmados. Há, ainda, 88.967 casos suspeitos em investigação e outros 40.852 já foram descartados.