Manifestação

Servidores protestam contra salários atrasados na Prefeitura de Niquelândia (GO)

Cerca de 700 servidores da Prefeitura de Niquelândia se reuniram na portaria da sede do…

Cerca de 700 servidores da Prefeitura de Niquelândia se reuniram na portaria da sede do Executivo para protestar contra atrasos no pagamento de salários. De acordo com o presidente do sindicato dos servidores Jair Dias, são três folhas salariais e dois décimos terceiros referentes à gestão passada, de Luiz Teixeira Chaves (PSD) e três outros vencimentos em débito na gestão atual, liderada pelo prefeito Valdeto Ferreira Rodrigues (PSB). Enquanto os salários atrasados se acumulam, segundo Jair, o prefeito recebe seu pagamento normalmente.

“Temos seis pagamentos atrasados desde 2016. Três da gestão anterior e três da nova. Queremos recebe inclusive os 30% dos décimos terceiros de 2016 e de 2017, que ainda não foram pagos. Enquanto isso, o prefeito e seus parentes continuam recebendo em dias”, protesta Jair. A concentração no prédio da prefeitura deve continuar por toda a tarde. O número de servidores no protesto equivale a quase 50% de todo o efetivo, que, segundo o presidente, é de 1.424 trabalhadores. Segundo ele, servidores da Educação também estão com salários atrasados.

De acordo com o líder sindical, os atrasos tem causado dores de cabeça aos servidores, que não conseguem honrar os compromissos. “Pegamos empréstimo consignado, mas a folha não é paga. O convênio odontológico tá suspenso, por falta de pagamento. Até a internet da prefeitura está cortada há 15 dias”, revela.

Por outro lado, os atrasos tem uma justificativa, segundo o secretário de finanças da cidade Jocleide Pereira da Silva. “Estamos passando por um estado de calamidade financeira e, por isso, tentamos reduzir custos, inclusive com o sistema, que tá fora do ar. Ele passa por um período de transição, vamos colocar uma plataforma mais barata em funcionamento.  Estamos organizando as contas para honrar os pagamentos, isso é uma prioridade para nós”.

Sobre a denúncia de que o prefeito esteja recebendo enquanto trabalhadores estão sem salário, Jocleide divaga. “Tem sido feito alguns pagamentos. Não temos dinheiro para pagar todo mundo. Estamos trabalhando para isso. O prefeito tem despesas, tem viagens, tá correndo atrás da regularização dos direitos deles”, justifica. Sobre a acusação de haver parentes do prefeito na gestão, Jocleide afirma que “isso não existe”.

Registro cassado

O secretário admite que a complicação nas contas do município também está enraizada em problemas políticos e judiciais enfrentados pelo prefeito, que teve registro eleitoral cassado pelo colegiado do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) por unanimidade, no início de fevereiro, de acordo com o chefe do cartório eleitoral de Niquelândia Rafael Guedes.  “As folhas [de pagamento] estão atrasadas, mas tem coisa que depende do TSE, pq ele foi cassado. Aí criaram um clima todo aqui, os manifestantes até cortaram a energia, mas o problema vem de outra gestão”, observa Jocleide.

Rafael explica que o prefeito continua exercendo as funções porque, apesar da decisão ter saído, a cassação do registro ainda não foi publicada. “Temos que aguardar a ocorrência dela no acórdão, com a decisão do colegiado do tribunal. O registro foi cassado porque o prefeito enfrenta uma ação de improbidade administrativa na justiça comum”, revela.