JUSTIÇA

Sindipúblico move ação contra mudança no Ipasgo

O governo estadual planeja mudança de regime jurídico, de autarquia para Serviço Social Autônomo (SSA). TCE taxa como "decisão política"

Governo de Goiás suspende acordo de Ipasgo com escritório do presidente da OAB
Sede do Ipasgo (Foto: Divulgação)

O Sindicato dos Trabalhadores no Serviço Público de Goiás (Sindipúblico) moveu uma ação civil pública contra a mudança de regime jurídico do Instituto de Assistência dos Servidores Públicos do Estado de Goiás (Ipasgo), proposta pelo governo estadual. O projeto ainda está em fase de análise pública e deve ser enviado para a Assembleia Legislativa nas próximas semanas.

Na ação civil, o sindicato argumenta que a mudança de regime jurídico — de autarquia para Serviço Social Autônomo — proposta pelo governo se trata de uma manobra jurídica-legislativa que “afetará diretamente o patrimônio jurídico dos servidores públicos”.

Entre os argumentos apresentados, o Sindipúblico argumenta que a mudança acarretará em prejuízos aos usuários do plano, principalmente pela regulação da Agência Nacional de Saúde, com o incremento das coberturas e a majoração no valor das mensalidades. Além disso, indica que haverá prejuízos para o Estado de Goiás, que deverá constituir garantia financeira para composição da reserva técnica exigida pela ANS.

O sindicato ainda cita alternativa apresentada pela Procuradoria-Geral do Estado, como a instituição de fundação pública de direito privado, caixa de assistência de servidores e empresa estatal.

“Como se vê, além do formato de privatização perseguido pelos requeridos com a instituição de SSA, os modelos indicados acima seriam menos nocivos e trariam menor impacto, além de atender à finalidade determinada pelo TCE, consistente na liberação da Receita Corrente Líquida do Estado”, argumenta a entidade.

Para isso, a ação civil pública lembra a fala do presidente do Tribunal de Contas do Estado (TCE), Saulo Mesquita, durante audiência pública realizada na semana passada. Na oportunidade, ele apontou que a recomendação, que consta no parecer prévio das contas do governo, referente ao ano de 2021, se refere à retirada do Ipasgo na Receita Corrente Líquida (RCL). Na ocasião, ele disse que a mudança no regime jurídico é uma decisão política.

“Observa-se, portanto, que a alteração da natureza jurídica é uma possibilidade, dentre as diversas medidas existentes, para sanar o problema da RCL, não sendo necessariamente a única existente”, aponta o documento.