RODA VIVA

Temer diz que Bolsonaro o procurou e admitiu ter exagerado no 7 de setembro

O ex-presidente Michel Temer (MDB) disse, durante o programa Roda Viva desta segunda (27), que…

Temer se reúne com empresários em SP para tratar da 3ª via
Temer se reúne com empresários em SP para tratar da 3ª via (Foto: Reprodução)

O ex-presidente Michel Temer (MDB) disse, durante o programa Roda Viva desta segunda (27), que Bolsonaro (sem partido) admitiu a ele que exagerou no discurso do 7 de setembro. Esse entendimento teria motivado o presidente a procurador o emedebista para costurar a carta à nação.

Temer informou na entrevista, ainda, ter dito a Bolsonaro que o discurso no feriado com incitações contra o ministro Alexandre de Moraes não combinava com um presidente. “Disse que não cabia dizer o que foi dito a um ministro. Não sei se caberia entre três e quatro pessoas”, completou.

Ainda segundo o ex-presidente, ele viu naquele momento uma chance de distensionar a situação. Apesar de admitir que assumiu a presidência após um impedimento, ele afirmou que o impeachment seria muito traumático para o País neste momento.

“Se perdurar, eu não me arrependo minimamente do que fiz. Não estava no meu projeto salvar Bolsonaro do impeachment, mas distensionar o País.” Além disso, afirmou que o atual governo deu sequência ao dele por meio de reformas e outros atos. “Posso ter objeção dessa ou daquela natureza, mas sem aquele sentimento oposicionista.”

Ao citar um erro de Bolsonaro, ele diz que o presidente deveria ter unido base e oposição para combater a pandemia. “Se tivesse feito isso, seria um verdadeiro herói. Não só para o Brasil, mas para a América Latina.”

O ex-presidente também comentou outros assuntos, como o pleito 2022. Ele disse que não concorreria à presidência em 2022, apesar de ter sido incentivado por algumas pessoas. “Confesso que não está no meu horizonte. Nem de presidente, nem mesmo de vice.”

Vale citar, desta segunda comemora os 35 anos do Roda Viva. Na bancada: Basilia Rodrigues, analista de política da CNN Brasil; Andreza Matais, editora-executiva do Estadão em Brasília; Paulo Celso Pereira, editor-executivo dos jornais O Globo e Extra; Vinicius Mota, secretário de redação da Folha de S. Paulo; Diogo Schelp, colunista do portal UOL e comentarista da Rádio Jovem Pan.

Declaração à nação de Bolsonaro

Na carta pública de Bolsonaro, o presidente diz que nunca teve intenção de agredir qualquer Poder. O posicionamento vem após o desgaste gerado pelos atos em favor do governo federal no último dia 7 de Setembro, quando apoiadores pediram, entre outras coisas, o impeachment dos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF).

“A harmonia entre eles não é vontade minha, mas determinação constitucional que todos, sem exceção, devem respeitar”, diz trecho da declaração. Ele reconheceu que parte das divergências decorrem de conflitos com o ministro Alexandre de Moraes no âmbito do inquérito das fake news, mas afirmou que seus discursos decorrem do calor do momento.

“Quero declarar que minhas palavras, por vezes contundentes, decorreram do calor do momento e dos embates que sempre visaram o bem comum. Em que pesem suas qualidades como jurista e professor, existem naturais divergências em algumas decisões do Ministro Alexandre de Moraes.”

Por fim, ele diz que sempre esteve disposto a manter diálogo permanente com os demais Poderes pela manutenção da harmonia e independência entre eles.