NEM

Sindicato dos trabalhadores da Educação de Goiás comemora suspensão do novo Ensino Médio

Sintego cita que o modelo é de 2017, mas somente agora os envolvidos serão ouvidos

"Um passo de cada vez", comemora sindicato após suspensão do Novo Ensino Médio
"Um passo de cada vez", comemora sindicato após suspensão do Novo Ensino Médio (Foto: Agência Brasília)

O Sindicato dos Trabalhadores em Educação de Goiás (Sintego) emitiu nota para comentar a suspensão por 60 dias da implementação do Novo Ensino Médio (NEM). “Um passo de cada vez”, diz trecho do texto que comemora a portaria do Ministério da Educação (MEC), publicada nesta quarta-feira (5).

“Após manifestações em todo o País e em Goiânia, Governo Federal finalmente revogou, mesmo que temporário, o Novo Ensino Médio. A portaria foi publicada no Diário Oficial da União de hoje (5) e determinou a suspensão pelo prazo de 60 dias. O Sintego segue atento e atuante para que de fato, a revogação do Novo Ensino Médio seja definitiva.”

O sindicato cita que o modelo é de 2017, mas somente agora os envolvidos serão ouvidos. “Entre as principais críticas ao Novo Ensino Médio, estão a falta de discussão e participação da comunidade escolar na sua elaboração, a redução da carga horária mínima para as disciplinas obrigatórias, a ênfase em disciplinas específicas em detrimento da formação geral, e a possibilidade de flexibilização curricular sem critérios claros.”

Vale lembrar, em 15 de março o Fórum Goiano em Defesa dos Direitos, da Democracia e Soberania realizou um ato pela revogação do modelo, em Goiânia. Outras manifestações ocorreram pelo País.

Novo Ensino Médio

O Novo Ensino Médio foi aprovado em 2017, ainda no governo do ex-presidente Michel Temer (MDB). Além disso, foi implementado no último ano de mandado de Jair Bolsonaro (PL). Nele, as disciplinas estão agrupadas em Linguagem e suas tecnologias; Matemática e suas tecnologias; Ciências da Natureza e suas tecnologias e Ciências Humanas e Sociais Aplicadas.

Apesar disso, apenas Matemática e Português são obrigatórios nos três anos do ciclo. Também passaram a valer os chamados “itinerários formativos”, que são roteiros de atividades e conteúdos pré-definidos pela escola que os estudantes, teoricamente, podem escolher.

Desta forma, o modelo prevê que o ensino médio seja organizado em duas partes, com 60% da carga horária dos três anos comum a todos os estudantes, com as disciplinas regulares. Os outros 40% são destinados às disciplinas optativas dentro de grandes áreas do conhecimento, os chamados itinerários formativos. Caso não haja revogação, a implementação ocorrerá de forma escalonada até 2024.

As entidades, então, criticavam a falta de diálogo com a sociedade na mudança que culminou na redução das disciplinas das ciências básicas.