Saúde

HGG promove gameterapia com pacientes de Parkinson

O Dia Mundial do Parkinson é lembrado em 11 de abril (ontem) e para não…

O Dia Mundial do Parkinson é lembrado em 11 de abril (ontem) e para não deixar a data passar em branco, o hospital Alberto Rassi, também conhecido como HGG, promove na tarde de quarta-feira (12) um tratamento diferente: a gameterapia.

Se trata de usar os video games controlados por movimento, como Wii e Kinect, no tratamento de pacientes com dificuldades motoras. A partir das 14h, os pacientes poderão jogar diversos games baseados em esportes e equilíbrio com o acompanhamento de fisioterapeutas.

A ação foi ideia da fisioterapeuta chefe do hospital, Joana Angélica Carvalho: “A gameterapia é um recurso que vem sendo usado nos últimos anos e que está se propagando pelo Brasil. Por aqui isso começou a se espalhar pelo sul do País, sendo usada inclusive na fisioterapia intensiva”, conta.

Além do efeito clínico, a maior recompensa da gameterapia é seu efeito na auto-estima dos pacientes; afinal, é se tratar e se divertir ao mesmo tempo: “Ela também traz a humanização do paciente para dentro do hospital por usar recursos lúdicos. O indivíduo participa de uma competição, fazer uma pontuação, isso desperta a autoconfiança do paciente”, explica Joana.

Graças a aparelhos com sensores mais modernos no Xbox, Wii e PlayStation, a fisioterapeuta destaca que os jogos oferecem formas variadas de tratamento: “Há atividades que trabalham o equilíbrio; outras são mais focadas nos movimentos dos braços; amplitude de movimentos de musculatura que não tá sendo tão utilizada no dia-a-dia do paciente mas que contribuem para a melhora de vida dele”.

Ela destaca que é uma ferramenta importante, pois o paciente pode enxergar o seu progresso: “A resposta dos pacientes é excelente. Há um biofeedback visual, um ganho, o paciente percebe que ele pode ser melhor, fazer melhor, pode melhorar. O paciente consegue ver a sua melhora progressiva e isso faz muito bem para a auto-estima”.

A gameterapia auxilia na prevenção da perda de movimentos e de equilíbrio do Parkinson: “A doença do Parkinson é uma doença neuro-evolutiva, que vai progredindo ao longo dos anos e o paciente vai perdendo os movimentos ao longo dos anos. Então a gameterapia entra ali nos primeiros indícios do Parkinson para prevenir essa perda de movimentos que o paciente vai ter futuramente”.

Embora o evento de hoje seja pontual, Joana acredita que é uma forma de tratamento que veio para ficar: “Estamos trazendo isto para o dia-a-dia do tratamento fisioterapêutico e, como a tecnologia evolui sempre, acredito que vamos acabar lançando mão cada vez mais da gameterapia”. Ela inclusive espera adotar em breve a gameterapia na rotina do hospital: “O nosso diretor (José Cláudio Romero) gostou muito da ideia e acompanhou alguns estudos feitos no Brasil com a gameterapia. Possivelmente vamos ter a aquisição para os pacientes que ficam aqui internados pensando nessa questão da humanização do atendimento pensando nestes pacientes que têm alto grau de comprometimento muscular. A gameterapia veio para ficar no HGG”.

O público esperado é de 30 a 40 pessoas, composto especialmente por pacientes que fazem tratamento no hospital, mas o evento é aberto ao público. Portanto, se você conhece algum paciente de Parkinson e tem interesse de participar, ainda dá tempo.

Mas a gameterapia também serve para tratar vários outros problemas: “Temos estudos da gameterapia sendo usada em pacientes de AVC, a gente pode fazer uso para pacientes com reabilitação respiratória e de acidentados, de traumatismo craniano, paraplegias, enfim. Ela é aberta para vários tipos de patologia”.

Porém, não tente fazer isto em casa: apesar de video games serem aparelhos domésticos, Joana destaca que é necessário ter o acompanhamento presencial de um fisioterapeuta: “Para evitar possíveis quedas, fraturas, luxações que podem ser que ocorram no momento do jogo. É uma terapia e precisa ser acompanhada por um profissional responsável”.