BGS 2017

Kojima: “nunca desista de criar”

Tímido e reservado, Hideo Kojima, de 54 anos, subiu ao palco quase constrangido. O japonês…

Tímido e reservado, Hideo Kojima, de 54 anos, subiu ao palco quase constrangido. O japonês responsável pela criação da franquia Metal Gear é o grande homenageado da Brasil Game Show (BGS), em São Paulo.

Conhecido por seus jogos focados em narrativa, Kojima queria ser cineasta quando jovem e até chegou a ingressar na faculdade. “Quando estava lá, comecei a jogar o Famicom e aquilo me interessou”.

A nova mídia seduziu o jovem cineasta que logo ficaria conhecido por criar a franquia Metal Gear, que vendeu milhões de cópias ao longo dos anos.

Hoje ele tem a sua própria produtora e há anos está envolvido no quase secreto Death Stranding, jogo ainda sem data de lançamento é com um elenco de peso: Norman Reedus, o Daryl de The Walking Dead, Mads Mikkelsen e até o diretor mexicano Guillermo Del Toro.

Na tarde desta quinta-feira (12), Kojima recebeu o prêmio das mãos de um fã, ovacionado por uma plateia de mil pessoas.

Depois, ele respondeu a perguntas dos presentes. Ele contou que foi quase por acaso que se envolveu com a criação de vídeo games. “Quando eu era criança eu queria ser astronauta, depois cineasta, depois detetive, igual aqueles de seriado americano”.

E foi uma escolha que teve seu preço: para fundar a Kojima Productions, ele saiu de maneira dramática do estúdio Konami em uma briga bem feia e bem pública.

Talvez por isso os fãs perguntaram se ele se arrepende: “Não tenho arrependimentos. Não me arrependo de nada do meu trabalho. Estou muito contente com ele e hoje não escolheria nenhuma outra profissão”.

Para ele, existem duas coisas capazes de unirem o mundo: o futebol e os video games.

Perguntado qual era o seu jogo favorito, ele disse: “Essa é uma pergunta difícil, mas se eu tivesse que escolher eu diria Super Mario Bros. Se não fosse por ele, eu não estaria aqui”.

Por fim, questionaram qual conselho o mestre teria para desenvolvedores iniciantes e quem quer criar seu próprio game.

“Nunca desista”, disse ele, “o mais importante é criar algo novo, mudar as regras do jogo, não imitar, não copiar. Por isso meu trabalho é tão difícil, mas também muito divertido. O mais importante é nunca deixar de criar”.

* O repórter viajou a convite da Team One E-sports