Cidades

Redes sociais não brigam por liberdade mas pelo faturamento

Redes sociais se transvestem de defensoras da liberdade de expressão quando na verdade estão brigando pelos faturamentos gigantescos que possuem

Justiça condena Facebook a indenizar usuária de Aparecida que teve conta hackeada
Instagram e Facebook vão inserir rótulos em postagens sobre eleições - (Foto: reprodução/CanalTech)

Redes sociais foram sim uma revolução no jeito em que vivemos e negar isso é negar o óbvio. Toda transformação social brutal como é uma revolução tem dois lados da moeda, aquilo que melhora e aquilo que piora naquela sociedade. Essas alterações só podem ser avaliadas um tempo depois, quando as melancias já estão mais ou menos assentadas na carroceria. E agora, mais de década que convivemos com essas plataformas, temos alguma segurança para reconhecer: junto dos inegáveis avanços, as redes sociais também trouxeram consigo problemas de monta gigantesca.

Os países mundo afora estão se debruçando sobre isso, para tentar moldar as plataformas às legislações locais. Claro, nenhuma corporação pode se impor perante o poder do Estado. E é evidente que isso incomoda os magnatas do Vale do Silício. Eles recorrem ao virtuoso discurso de garantia de liberdades individuais para, na verdade, defender o próprio bolso. Singelo, não?

Isso é o que acontece hoje em relação ao PL das Fake News que, na prática, regulamenta as redes sociais no Brasil. Em linhas gerais o texto é bem positivo. Daria para melhorar uma coisinha ali, outra acolá. Mas, pensando no ambiente polarizado da política brasileira de hoje, dá pra falar que está muito satisfatório.

As big techs mobilizaram influencers para defender os próprios interesses. Normal. Os que têm milhares ou milhões de seguidores devem a própria existência aos algoritmos que impulsionam seus posts. Estão no mesmo bojo os que cresceram na base da mentira e que temem mudanças. 

Espero que o projeto seja aprovado nas duas casas e receba sanção presidencial. Não dá pra ficar nesse faroeste que hoje são as redes sociais. E se aquela ideia de “diga-me com quem andas que lhe direi quem és” estiver certa, fico muito mais confortável defendendo o projeto. Quando vejo a rapaziada que está contra… Jesus, que gentinha chinfrim. 

@pablokossa/Mais Goiás | Foto: Reprodução/CanalTech