Crítica: ‘Conclave’ (2024) com Ralph Fiennes
Longa-metragem foi dirigido por Edward Berger

Um filme com um elenco primoroso que se vende como um thriller investigativo que se passa durante a escolha do novo papa. Ali, confinados para os votos secretos, segredos serão revelados e artimanhas irão acontecer entre os cardeais que desejam o cargo de maior poder da igreja católica.
Dirigido por Edward Berger, do excepcional “Nada de Novo no Front”, “Conclave” se salva por causa do ótimo elenco que segura do começo ao fim o interesse do público no longa. Apesar disto, em minha opinião, o filme não possui um suspense tão surpreedente ou impactante como poderia ter. Nosso protagonista, o cardeal Lawrence (Ralph Fiennes), responsável pela organização do conclave, recebe quase todas as revelações de mão beijada de seu ajudante, e pouco sobra para o personagem trabalhar o suspense com o público ao longa da trama.
Mas, por outro lado, “Conclave” possui uma debate interessante sobre poder, influência, tradição e modernidade, e de como a igreja perdeu totalmente o objetivo do que é realmente importante. O drama interno do cardeal Lawrence é a chave para o público se identificar com algo naquele mundo cheio de homens ambiciosos, e pouco confiáveis. A mulher também entra como parte importante da discussão, como aquela presença sempre presente, mas raramente vista e reconhecida pela igreja, e que também é essencial para sua base e construção – apesar de uma reviravolta um tanto quanto cafona, e desnecessária, no desfecho.
Entre todos os flmes da ‘temporada de premiações’ deste ano, “Conclave” é um dos mais competentes e bons de assistir. Ainda não acho um filmaço memorável e espetacular, mas em um ano com escolhas tão fracas, ao fim, o longa pode acabar se dando bem.
Conclave/EUA – 2024
Dirigido por: Edward Berger
Com: Ralph Fiennes, Stanley Tucci, John Lithgow…