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“700 mil covas”: Evangélico agredido em vigília bolsonarista se diz contra a extrema direita

O evangélico Ismael Lopes, 34, virou alvo de agressões após causar surpresa em uma vigília…

Evangélico agredido em vigília bolsonarista se diz progressista e contra extrema direita Ismael Lopes discursou após pedir a Flávio Bolsonaro
Imagem: Reprodução

O evangélico Ismael Lopes, 34, virou alvo de agressões após causar surpresa em uma vigília organizada por aliados de Jair Bolsonaro. No primeiro momento, ele afirma que foi ao ato mais por brincadeira, mas acabou protagonizando a cena que viralizou no país — um episódio que envolve a frase “700 mil covas”, dita enquanto ele criticava o ex-presidente, e que reforça sua atuação pública contra a extrema direita.

Segundo Lopes, a ida à vigília convocada pelo senador Flávio Bolsonaro não tinha grandes pretensões. “Eu iria de qualquer jeito, talvez para gravar um vídeo e ir embora”, contou. A situação mudou quando surgiu a chance de falar ao microfone. Cercado por apoiadores do ex-presidente, ele afirmou que Bolsonaro deveria ser julgado e condenado pelo que chamou de “abertura de 700 mil covas na pandemia”.

A fala pegou o público de surpresa. Em seguida, ao dizer que todos os aliados do ex-presidente deveriam responder pelos atos cometidos, Lopes foi interrompido e imediatamente agredido com socos, chutes e empurrões. Ele precisou ser retirado por um policial militar.

Integrante da Frente de Evangélicos pelo Estado de Direito, o homem recebeu apoio do grupo, que classificou sua ação como individual, mas repudiou a violência. Lopes diz que sua motivação é política e espiritual. Ele se define como evangélico desde a infância, com passagem pela Assembleia de Deus e, mais tarde, por uma igreja batista ligada à Teologia da Missão Integral — uma vertente progressista do meio religioso.

Com posicionamentos de esquerda nas redes sociais e falas que citam Karl Marx, ele afirma lutar por direitos sociais e pela defesa da democracia. “Estou sempre nessa disputa entre fé e política, atuando contra a extrema direita e contra a retirada de direitos”, explicou.

No dia da prisão de Bolsonaro, um pastor que falaria na vigília não compareceu. Lopes viu a oportunidade e se apresentou. Inspirado por uma passagem bíblica — “Quem abrir uma cova, nela cairá” —, fez a reflexão que desencadeou o caos no evento.

Vídeos mostram o momento em que ele deixa o local sendo perseguido e atacado por parte dos manifestantes, enquanto alguns tentavam impedir as agressões e diziam que ele estava “armando uma cilada”. A confusão terminou com a intervenção da polícia, que garantiu sua saída.