Acelera afundamento de mina da Braskem em Maceió, diz Defesa Civil
Risco de colapso do solo no bairro Mutange atinge área com 78 metros de diâmetro no entorno da mina 18

DA FOLHAPRESS
Aumentou a velocidade do afundamento do solo na mina 18 da Braskem, no bairro do Mutange, em Maceió (AL), de acordo com a Defesa Civil.
A velocidade do afundamento está em 0,35 cm por hora, apresentando um movimento de 8,6 cm nas últimas 24h, segundo boletim emitido pelo órgão na manhã deste sábado (9). O rebaixamento já acumula 2,16 m.
No boletim divulgado na tarde de sexta-feira (8), a velocidade do afundamento estava em 0,21 cm por hora, com movimento de 5,2 cm nas 24 horas anteriores. O rebaixamento acumulado era de 2,09 m até então.
O órgão permanece em alerta para o risco de colapso da mina 18.
Uma nota conjunta das coordenações municipal, estadual e nacional de Defesa Civil, publicada na quinta (7), apontou que a área com risco de colapso tem diâmetro de 78 metros, três vezes o raio da mina 18 e similar ao comprimento de uma piscina olímpica e meia.
A região tem sido monitorada constantemente após um aviso de risco iminente de colapso em uma mina da Braskem em Maceió. O perigo obrigou a evacuação de um hospital e da população localizada na região sob risco, que abrange os bairros Mutange, Pinheiro, Bebedouro e parte do Bom Parto e do Farol.
Ao redor do ponto com maior risco de colapso, técnicos estabeleceram uma área de segurança que continua com a proibição do trânsito de pessoas.
Relembre o histórico do caso da mina
Os primeiros relatos sobre os danos no solo em Mutange surgiram em meio de tremores de terra no dia 3 de março de 2018. Na ocasião, o abalo fez ceder trechos de asfalto e causou rachaduras no piso e paredes de imóveis, atingindo cerca de 14,5 mil casas, apartamentos e estabelecimentos comerciais. Outros bairros, como Pinheiro, Bebedouro, Bom Parto e Farol também foram atingidos.
Em 2019, o Serviço Geológico do Brasil, órgão ligado ao Ministério das Minas e Energia, concluiu que as atividades de mineração da Braskem em uma área de falha geológica causaram o problema.
Na época, a mineradora tinha em área urbana 35 poços de extração de sal-gema, material usado para produzir PVC e soda cáustica. Os poços estavam pressurizados e vedados, porém a instabilidade das crateras causou danos ao solo, que foram visíveis na superfície.
A exploração do minério começou em 1979 e se manteve até maio de 2019, quando foi suspensa pela Braskem um dia após a divulgação do laudo pelo Serviço Geológico.