Crise

“Acredito que essa seja a melhor solução”, diz Marconi sobre impeachment

  “Pirotecnia total”. Foi assim que o governador Marconi Perillo classificou as ações do presidente…

 

“Pirotecnia total”. Foi assim que o governador Marconi Perillo classificou as ações do presidente interino da Câmara dos Deputados, Waldir Maranhão, ao anular a sessão que aprovou abertura do processo de impeachment e, posteriormente, revogar a própria decisão.

“Foram atos de absoluta imaturidade do presidente interino da Câmara. Tanto é que ele tomou uma decisão e voltou atrás”, disse o governador. “O Senado não deu bola para a decisão que ele tomou. Acho que só há um derrotado nessa história, que é ele próprio.”

Durante entrevista ao site A Redação nesta terça-feira (10/5), o tucano chegou a dizer que não se manifesta se é a favor ou contra o impeachment da presidenta. “Não sou parlamentar”, justifica. No entanto, ao analisar o atual cenário político e econômico, ele expressou aquele que julga ser o melhor caminho para o País. “Muitas coisas que estavam submersas até 2014 emergiram após a última posse da presidente Dilma, como a situação econômica do país. Então, quem quer o impeachment é a sociedade brasileira e, diante do impasse, acredito que essa seja a melhor solução”, afirmou.

E para o caso de Dilma realmente vir a perder o cargo, Marconi já tem sugestões para o vice Michel Temer: “Eu disse isso a ele e também ao ministro José Padilha que seria importante reduzir o número de ministérios, o número de cargos comissionados.” O governador conta ter dado como exemplo o que ele próprio fez na administração estadual para demonstrar a importância da medida.

“Contei o que eu fiz aqui em Goiás com nossa reforma em 2014, ele anotou todas as secretarias e órgãos que eu juntei”, afirmou. “Ontem eu pude perceber, recebendo informações pela imprensa, de que o presidente vai reduzir dez ministérios. Acho que isso é um bom começo”, analisa.

Com a iminente posse de Temer como presidente, Marconi defende a união de forças para tirar o Brasil da situação atual. Para ele, os líderes do PSDB não devem se envolver em discussões relativas a 2018, e sim pensar em como ajudar o País a “atravessar esse mar de dificuldades”.

“Trabalhei muito para que o novo aeroporto de Goiânia fosse construído”

Marconi também falou sobre duas ações realizadas em parceria com o governo federal anunciadas em Goiânia nesta segunda-feira (9/5). A primeira delas foi a inauguração do novo aeroporto de Goiânia, ato pelo qual ele se credita como um dos principais responsáveis. “O que ocorreu é que eu trabalhei muito para que o novo aeroporto de Goiânia fosse construído. Foram mais de cem visitas que fiz ao ministério da Defesa, da Avião Civil, à Infraero e, principalmente, no Tribunal de Contas da União, que era o órgão onde estava embargado o aeroporto por suspeita de irregularidades”, relatou.

Segundo ele, foram mais de 20 reuniões com ministros presidentes e relator do TCU. “Fui mais de cem vezes a Brasília para cuidar dessa questão do aeroporto. Tenho certeza que se não fosse a minha ação e a ação do Governo de Goiás, o aeroporto não estaria pronto agora”, declarou.

O governador também comemorou a transformação dos campi de Jataí em Catalão em Universidades Federais autônomas. “Ao longo de 20 anos os nossos governos aportaram quase R$ 200 milhões em apoio a pagamento de professores, construção de prédios, infraestrutura, doação de áreas. E ao longo desse tempo todos nós trabalhamos para que esses novos câmpus fossem transformados em universidades”, disse.

Ele também justificou sua ausência no evento em que as novidades foram oficalizadas. “Eu estava disposto a receber a presidente de forma republicana, como sempre fiz, mas fui informado que, mais uma vez, havia uma claque, radicais partidários de políticos que estaria ali para me agredir, me receber de forma agressiva. Então, eu resolvi não comparecer e pedi para que a presidente fosse comunicada”, contou.

De acordo com Marconi, a medida nada teve a ver com a situação política do País. “Eu não me furtaria a estar lá como chefe de Estado. O que poderia ocorrer era que de um lado alguns dos meus amigos e simpatizantes do nosso projeto não compreenderiam o fato de eu ir lá nesse momento traumático no Brasil, por outro lado ainda seria hostilizado por pessoas que apoiam a presidente. Está aí a minha decisão,” justificou.