Piauí

Acusado de matar estudante filmou crime, cometeu necrofilia e escondeu preservativo na faculdade

Janaina da Silva Bezerra foi violentada e teve o pescoço quebrado em sala de aula da faculdade na madrugada do último dia 28

A Polícia Civil do Piauí concluiu, neste domingo (5), o inquérito sobre a morte da estudante Janaina da Silva Bezerra, de 21 anos, que foi estuprada e morta nas dependências da Universidade Federal do Piauí (UFPI), durante uma festa de “calourada” promovida por alunos no último dia 27 de janeiro e que adentrou a madrugada do dia seguinte. A Delegacia de Homicídios da Capital, Teresina, indiciou o mestrando Thiago Mayson da Silva Barbosa, de 28 anos, pelos crimes de estupro, homicídio qualificado – feminicídio e meio cruel, sem chance de defesa –, fraude processual e vilipêndio de cadáver.

Os detalhes apurados pelos investigadores remontam um crime cruel cometido pelo suspeito naquela madrugada de sábado. Uma filmagem feita pelo próprio Thiago e armazenada no celular dele ajudou a elucidar o crime ainda antes do prazo de 10 dias pretendido pelos agentes.

– Foi constatado que o mesmo manteve relações sexuais com a vítima já sem vida, necrófilo – revelou o delegado Francisco Costa Baretta, delegado-chefe da DH. – Ele filmou praticamente toda a conduta criminosa praticada por ele, ou seja, é tão sarcástico que construiu provas contra si mesmo. Um verdadeiro psicopata.

Na sala onde o crime foi cometido não havia câmeras, de acordo com a polícia. No entanto, os indícios coletados pelos peritos criminais ajudaram a revelar toda a dinâmica do crime. A polícia já sabe, por exemplo, que ele mentiu quando disse que a camisinha usada naquela noite havia “rasgado” durante o ato. Por ter ocultado prova, responderá por fraude processual.

– Ele escondeu em um armário um preservativo usado durante o ato sexual – revelou o delegado.

Desde o dia do crime, Thiago Mayson sustenta a versão de que teve relações sexuais consensuais com Janaina, e que sua morte teria sido “acidental”. Por conta de todos os indícios, tal hipótese jamais chegou a ser considerada pela polícia. A jovem já chegou morta ao hospital para onde foi levada, com o pescoço quebrado; estava com a roupa rasgada, ferida e sangramento nas partes íntimas – visível através das vestes –, apresentava lesões no rosto, no olho e no braço.

O Globo entrou em contato com a advogada do suspeito, que disse que só se manifestará após ter acesso ao conteúdo do inquérito.