REFORMULAÇÃO

Afipe troca membros da diretoria investigados por desvio de doações de fiéis

Sob nova direção há 11 dias, a Associação Filhos do Pai Eterno (Afipe) tem realizado…

Sob nova direção há 11 dias, a Associação Filhos do Pai Eterno (Afipe) trocou membros da diretoria investigados por desvio de doações de fiéis. (Foto: MP-GO)

Sob nova direção há 11 dias, a Associação Filhos do Pai Eterno (Afipe) tem realizado mudanças na entidade. Uma delas foi a troca de membros da diretoria que estão sendo investigados pelo Ministério Público por suposto esquema de desvio de doações de fiéis. Padre Robson, fundador da entidade, também é alvo de investigação e está afastado das atividades no local há pouco mais de um mês.

Em nota enviada ao Mais Goiás (veja íntegra no final da matéria), a nova gestão presidida pelo padre André Ricardo de Melo diz que já realizou “profunda reestruturação administrativa, a começar pela substituição de todos os membros da diretoria, assim como dos investigados”.

Segundo o texto, a Afipe está em diálogo com uma empresa de auditoria independente para elucidar aos fiéis e sociedade todos os atos referentes à gestão anterior. Os resultados dos trabalhos devem ser divulgados assim que finalizados.

Por fim, a Associação afirmou que está tomando providências para que não haja nenhuma mancha ou dúvida nas ações da Afipe. “A verdade precisa vir à tona para continuar a cumprir o dever de evangelizar através do Santuário de Trindade e nos meios de comunicação social”.

Entenda

O Ministério Público investiga a Associação Filhos do Pai Eterno (Afipe) e o padre Robson, presidente das Afipes (são três), por suposta apropriação indébita, lavagem de dinheiro, falsificação de documentos e sonegação fiscal. O padre sempre negou os crimes.

Em decisão expedida pela juíza Placidina Pires, da Vara dos Feitos Relativos a Organizações Criminosas e Lavagem de Capitais, a magistrada destaca no seu relatório que os supostos crimes teriam sido cometidos por uma organização criminosa integrada pelo padre Robson de Oliveira Pereira e pessoas de sua confiança.

“O MP afirmou que, a partir dos dados e provas coletados, foi possível verificar uma enorme teia de possíveis envolvidos na prática criminosa, que, sistematicamente, vêm se valendo do poder que o investigado Padre tem nas Afipes para se utilizar indevidamente do patrimônio das associações em benefício próprio.” Segundo exposto, as entidades aparecem realizando “milhares de operações imobiliárias, muitas delas com indícios de elevado prejuízo material”.

Ou seja, há indícios de que os investigados estão utilizando o patrimônio das Afipes em benefício próprio.