AGU pede ao STF apuração de uso de informação privilegiada ligada a tarifaço de Trump
A medida foi apresentada no âmbito do inquérito que investiga o deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP)
A Advocacia-Geral da União (AGU) protocolou neste sábado (19) um pedido ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), para que seja aberta investigação sobre o possível uso de informações privilegiadas no mercado financeiro, com foco em lucros obtidos a partir do tarifaço anunciado pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, contra o Brasil.
A medida foi apresentada no âmbito do inquérito que investiga o deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) por suposta articulação com o governo norte-americano para retaliar o Estado brasileiro e interferir nas ações penais sobre a tentativa de golpe em 2022. Eduardo é filho do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
De acordo com a AGU, há indícios de que as sanções anunciadas por Trump, que preveem taxação de 50% sobre as exportações brasileiras a partir de 1º de agosto, podem ter sido antecedidas por movimentações atípicas no mercado cambial brasileiro. O órgão aponta a possibilidade de vazamento de informação com fins de lucro.
“À luz dos fatos noticiados, podemos inferir que eles se inserem em contexto no qual os fatos já em apuração neste inquérito estão além dos ilícitos penais já indicados pela Procuradoria-Geral da República, relacionados à obstrução da Justiça, mas também com possíveis ganhos financeiros ilícitos”, diz a manifestação da AGU.
A solicitação amplia o escopo da investigação em curso no STF, que já resultou em medidas cautelares contra Eduardo Bolsonaro. Na sexta-feira (18), Jair Bolsonaro também foi alvo de decisão do ministro Alexandre de Moraes, que o obrigou a usar tornozeleira eletrônica e cumprir recolhimento domiciliar noturno após a Procuradoria-Geral da República apontar risco de fuga.