CALAPSO

Ala inteira de pacientes morre por falta de oxigênio em hospital de Manaus

Durante o colapso em Manaus, a situação mais grave foi registrada no Hospital Universitário, onde…

Hospital de Manaus confirma 4 vítimas e nega morte de ala inteira
Estado sofreu com o colapso devido à falta de oxigênio e recorde diários de enterros (Foto: AFP / Michael DANTAS)

Durante o colapso em Manaus, a situação mais grave foi registrada no Hospital Universitário, onde pacientes de uma ala inteira morreram asfixiados nesta quinta-feira (14). Igor Spindola, integrante da equipe do Ministério Público Federal (MPF) que atua no combate à pandemia na região, afirmou que, ontem, faltava oxigênio em 200 leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI).

“A nossa preocupação, no momento, é buscar oxigênio. A morte de pacientes de toda uma ala ocorreu no Hospital Universitário. Até ontem à noite, foi confirmado o óbito de seis pacientes desta ala. Mas, no meio do dia, e até o final do dia, é possível que tenham ocorrido outras. Eu ainda não consegui falar com o doutor Júlio, responsável pela unidade de saúde, que estava transtornado, pois ainda falta oxigênio e a vida dos pacientes está em risco”, disse.

Até o momento, o Amazonas registra 5,9 mil mortes e 223 mil infectados pelo coronavírus, causador da covid-19. Na quinta, auge da crise, foram registradas 3.816 novos infectados, o maior número em 24 horas desde o começo da pandemia. Também foram contabilizadas 51 novas mortes.

Cerca de 20 mil metros cúbicos/dia de oxigênio estão sendo enviados de balsa de Belém. No entanto, a embarcação demora três dias para chegar a Manaus. A previsão é de que domingo chegue a primeira carga. Nesta sexta-feira (15), devem ser transferidos 130 pacientes para outras unidades da Federação e até 700 no fim do processo.

Igor Spindola disse que, depois de serem apresentadas ações na Justiça contra a omissão do Estado, o governo federal começou a se movimentar para amenizar a situação. “Eu acabei de ser informado de que seis aviões da FAB vão fazer esse transporte todos os dias, para trazer 30 mil metros cúbicos. Ontem à noite chegaram alguns aviões, e hoje devem chegar mais. Se isso acontecer, conseguimos normalizar o suprimento até que a White Martins consiga expandir a produção do oxigênio aqui”, diz.

*Com informações do Correio Braziliense