MEIO AMBIENTE

Amazônia registra uma nova queimada a cada 2 minutos, diz Greenpeace

Um levantamento divulgado esta segunda-feira pelo Greenpeace alerta que, entre os dias 16 de julho…

Queimada na Reserva Extrativista Jaci-Paraná, em Porto Velho Foto: Christian Braga/Greenpeace
Queimada na Reserva Extrativista Jaci-Paraná, em Porto Velho Foto: Christian Braga/Greenpeace

Um levantamento divulgado esta segunda-feira pelo Greenpeace alerta que, entre os dias 16 de julho e 15 de agosto, a Amazônia registrou 20.473 focos de calor. Todos são ilegais, segundo a ONG, já que o governo federal decretou uma moratória do fogo que proíbe queimadas no bioma por um período de 120 dias.

O quadro mais grave ocorreu na primeira quinzena de agosto, quando foram vistos mais de 15 mil focos em toda a Amazônia Legal, incluindo 868 em 30 Terras Indígenas, além de 4.042 em 30 Unidades de Conservação.

Grileiros e agricultores usam o foco para limpar áreas que posteriormente serão usadas para agropecuária ou especulação. Segundo o Greenpeace, “a prática se tornou ainda mais comum com a falta de fiscalização e o desmantelamento dos órgãos ambientais”.

— Os números evidenciam que a estratégia adotada pelo governo federal é ineficiente para conter a destruição da floresta mais biodiversa do planeta — ressalta Cristiane Mazzetti, porta-voz da campanha de Amazônia do Greenpeace. — Proibir queimadas no papel não funciona sem um trabalho eficiente de comando e controle exercido por órgãos competentes.

Para Mazzetti, os número e as imagens “falam por si” — a militarização do combate ao desmatamento, instituída pela Operação Verde Brasil 2, não está conseguindo conter as queimadas:

— O governo precisará fazer muito mais se quiser evitar os mesmos estragos do ano passado e ações de fachada não mudarão o cenário.

O número de focos de calor constatado na pesquisa é apenas 8% menor do que o visto no mesmo período em 2019 (22.250).

— Em 2020, mesmo proibindo o uso do fogo e com as Forças Armadas em campo desde meados de maio, as queimadas continuam descontroladas na Amazônia. No mesmo período em 2019 não havia a presença do Exército para combater o desmatamento e as queimadas e nem uma Moratória do Fogo em vigência — destaca Mazzetti.