SAÚDE

Anvisa aprova tratamento inédito para câncer de pulmão inicial

O tratamento contra câncer de pulmão, que mata quase 30 mil pessoas por ano no…

Projeto reúne milhares de pesquisadores em todo o mundo. Tabaco e álcool são principais causas de câncer no mundo, diz estudo
Foto: Pixabay

O tratamento contra câncer de pulmão, que mata quase 30 mil pessoas por ano no Brasil, ganhou importante aliado nessa semana: a Agência Nacional de Vigilãncia Sanitária (Anvisa) aprovou a prescrição de um medicamento desenvolvido pela farmacêutica Roche, chamado atezolizumabe, que é a primeira imunoterapia indicada para o combate à doença em estágio inicial. A medicina não dava grandes passos nessa área havia 16 anos.

O novo tratamento é indicado para pessoas com pessoas com câncer de pulmão nas pequenas células. Esse é o tipo mais prevalente: responde por 85% dos casos. Os pacientes elegíveis ao tratamento precisam apresentar o biomarcador PD-L1, que também está presente na maior parte deles. A presença desse marcador aumenta a chance de resposta à imunoterapia.

A droga já está disponível no Brasil para o tratamento de câncer de pulmão avançado, entre outras indicações. — É uma imunoterapia reconhecidamente eficaz, que já é usada para pacientes com metástase e que fez uma grande diferença no tratamento do câncer de pulmão. Geralmente, na oncologia, esse é o curso dos tratamentos. Começam na doença avançada e depois entra como adjuvante para diminuir a chance de a doença voltar — explica Clarissa Baldotto, diretora executiva do Grupo Brasileiro de Oncologia Torácica e oncologista clínica da Rede D’or do Rio de Janeiro.

O estudo que levou à nova aprovação do medicamento mostrou que seu uso, associado a quimioterapia após cirurgia reduziu, de forma inédita, o risco de recorrência da doença ou morte, em 34% dos pacientes. O que significa ganhar mais tempo de vida. Segundo Baldotto, o câncer de pulmão é um tumor muito agressivo.

—  Mesmo nos pacientes com doença inicial, o índice de recidiva é muito alto. Essa aprovação tem como objetivo aumentar as chances do controle da doença — diz a médica.

Alta letalidade do câncer de pulmão

A chegada do remédio ganha força pela alta letalidade do câncer pulmonar. Cerca de 25% das mortes ocasionadas por câncer em geral são causadas por tumores no órgão. O câncer de pulmão é uma das principais causas de morte em todo o mundo. São 1,8 milhão de óbitos por ano.

Além da agressividade, um dos motivos da alta letalidade é porque o diagnóstico costuma ser tardio. Em geral, a doença é silenciosa. Quando eles aparecem — como tosse persistente, catarro com sangue e falta de ar — a doença já está avançada ou sofreu metástase. Para piorar, até pouco tempo atrás, não haviam muitas terapias efetivas. Isso vem melhorando a cada ano, com o surgimento de terapias-alvo e da imunoterapia. A principal causa de câncer no pulmão é o tabagismo. Portanto, não fumar e não ficar próximo de quem fuma é o principal método para evitar a doença.

Da redação do Mais Goiás, com informações do jornal O Globo.