Segurança

Após ataque na França, Brasil vai revisar medidas de segurança para a Olimpíadas no Rio

O ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) da Presidência da República, general Sergio Etchegoyen,…

O ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) da Presidência da República, general Sergio Etchegoyen, disse nesta sexta-feira (15/07) que o governo vai revisar as medidas de segurança no país para a Olimpíada Rio 2016 após o atentado de ontem à noite em Nice, na França, que deixou ao menos 84 mortos e 100 feridos.

“Estamos ainda sob o efeito do choque da tragédia que atingiu a França. Desde aquele momento, o Ministério da Justiça, Ministério da Defesa e o Gabinete de Segurança Institucional estão trabalhando para que se possa garantir que continuemos no mesmo nível de segurança para os Jogos Olímpicos Rio 2016. Isso exige uma série de revisões, de novas providências e trabalho intenso daqui para a frente para que mantenhamos o nível de segurança. Obviamente, nossas preocupações subiram de patamar”, disse Etchegoyen, em entrevista coletiva no Palácio do Planalto.

Segundo Etchegoyen, os ministros da área de segurança e defesa estão revisando todo o dispositivo de segurança para identificar eventuais lacunas. Como essa revisão, identificadas as lacunas, haverá incremento de algumas medidas, como mais postos de controle e barreiras, além de interdições no trânsito, explicou.

“É importante que a população entenda que vai trocar um pouco de conforto por muita segurança. Estamos prontos para os Jogos 2016, apenas vamos revisar nossos procedimentos [ ]. Temos o dever, a partir do que aconteceu [atentado na França], de revisar todos os nossos procedimentos para checar se há lacunas. Necessitamos fazer uma auditoria sobre nosso planejamento para ver se sobra alguma lacuna que tenhamos, por alguma razão, negligenciado”, acrescentou.

Reunião

Etchegoyen informou que o presidente interino Michel Temer vai coordenar hoje, às 16h, no Palácio do Planalto, reunião com os ministros da Defesa, da Justiça e do GSI para tratar da segurança na Olimpíada após o atentado na França.

O ministro da Defesa, Raul Jungmann, disse que cresce a preocupação do governo brasileiro com a segurança dos Jogos Olímpicos no Rio de Janeiro após o ataque. Segundo ele, delegações como a dos Estados Unidos e a da própria França foram classificadas como de alto risco pelo governo brasileiro. Isso significa, por exemplo, que o alojamento dos atletas será instalado em locais de menor circulação e de maior controle, como a Escola Naval. “Obviamente, há segurança reforçada, redobrada e compatível com o nível de risco que a gente atribui.”

Ainda de acordo com o ministro, 22.850 homens das Forças Armadas vão trabalhar durante os jogos no Rio de Janeiro. O número inicial, 18 mil homens, foi alterado após pedido de reforço por parte do governo do estado. Se somadas as demais praças que vão receber competições – Manaus, Brasília, Belo Horizonte e Salvador –, cerca de 40 mil homens da pasta participam da segurança de todo o evento.

“No Brasil, teremos a primeira Olimpíada com um centro internacional de inteligência e informação. Esse centro vai reunir representantes de inteligência, serviço secreto e informações de 106 países que vão atuar conosco. Além disso, criamos um centro integrado de contraterrorismo, que vai funcionar durante todo o período de Olimpíada e Paraolimpíada e que terá subcentros em todos os locais onde estiverem ocorrendo jogos.”

Questionado se é possível assegurar tranquilidade em meio aos Jogos Olímpicos e Paralímpicos no Brasil este ano, Jungmann respondeu que 100% dos encargos e compromissos encaminhados aos país pelo Comitê Olímpico Internacional (COI) foram cumpridos. “Sem atraso e sem falhas”, disse. “A gente pode dizer que tudo o que nos foi cobrado está sendo devidamente cumprido”, completou.

“Num dia normal, o Rio de Janeiro tem 7 mil ou 8 mil homens fazendo a segurança da cidade. Durante os Jogos Olímpicos, com a soma de homens do Exército, da Força Nacional, da Polícia Militar, da Polícia Civil, da Polícia Federal e da Polícia Rodoviária Federal, vamos ter 47 mil homens, ou seja, sete vezes mais segurança do que se tem em dias normais no Rio de Janeiro”, acrescentou.

Possibilidade de ataque

Perguntado sobre ameaças terroristas no Brasil, o ministro do GSI disse que há “possibilidades” de ocorrência de atentados no país como em qualquer lugar. “Considerando as circunstâncias, eu falo em possibilidades da ocorrência de eventos terroristas. Quando chegar a informação de que haveria uma tentativa concreta, a gente muda a palavra para probabilidade”, afirmou Etchegoyen.