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Após matar a irmã, PM bateu com algemas na testa e arrancou as próprias unhas

Depois de matar a irmã na manhã do último sábado (2), a soldado Rhaillayne Oliveira…

Rhaillayne Oliveira de Mello encontrava-se 'apática'. Após matar a irmã, PM bateu com algemas na testa e arrancou as próprias unhas
A policial militar Rhaillayne Oliveira e a irmã Rhayna Oliveira (Foto: arquivo pessoal)

Depois de matar a irmã na manhã do último sábado (2), a soldado Rhaillayne Oliveira de Mello, presa em flagrante pelo próprio marido — o também PM Leonardo de Paiva Barbosa —, “bateu com as algemas na própria testa” repetidas vezes. Segundo o laudo de exame de corpo delito, a mulher também “arrancou as unhas dos dedos mínimos das mãos”.

Rhaillayne atirou na comerciante Rhayna Oliveira de Mello em meio a uma discussão em um posto de gasolina na Região Metropolitana do Rio de Janeiro.

Segundo o perito Celso Eduardo Jandre Boechat, a soldado apresentou “comportamento sugerindo psicose ou estado pós-traumático”. Na avaliação do profissional, Rhaillayne encontrava-se “apática com os fatos relatados”.

O perito afirma também que a policial apresentou hematomas “condizentes com a autolesão relatada”. O profissional enumerou, então, os machucados sofridos por Rhaillayne: “Tumefação frontal, equimose e tumefação em terço distal do antebraço esquerdo, face antero-medial, ausência da unha do 5º dedo da mão esquerda”.

Ao prestar depoimento, Rhaillayne chegou a aparentar descontrole em diversos momentos. Do lado de fora da delegacia, era possível ouvir gritos da PM: “Quero a minha irmã de volta”, repetia ela. Leonardo de Paiva contou que a esposa vinha se mostrando nervosa e “claramente sem paciência” nos últimos tempos.

Vítima

O laudo de exame de necropsia realizado no cadáver de Rhayna mostrou que ela morreu em decorrência de um disparo de arma de fogo no tórax. No documento do Instituto Médico-Legal (IML), é apontado que ela sofreu hemorragia interna, além de lesões pulmonar e vascular após ser baleada pela irmã.

Já no laudo de exame em local de encontro de cadáver, o perito criminal Fabiano de Souza Gomes afirma ter recolhido cinco estojos de munição calibre ponto 40, estando dois deles ao lado do corpo de Rhayna e o restante espalhados pelo local, além de uma munição a aproximadamente três metros da vítima. No local, também foram encontrados vasilhames normalmente utilizados no envasamento de entorpecentes como cocaína e ainda um recipiente de bebida alcoólica quebrado.

Ingressão na PM

Rhaillayne só conseguiu ingressar na Polícia Militar por força de decisões judiciais. Após prestar concurso em 2014, a aspirante a PM acabou reprovada na etapa de Exame Social e Documental, também chamada de “pesquisa social”, quando aspectos da vida pregressa do candidato são avaliados.

Um documento de 2018 do Centro de Recrutamento e Seleção de Praças indica que a própria Rhaillayne informou que “já fez uso de substância tóxica por três vezes em festas rave”, situações nas quais teria ingerido “maconha, LSD, ecstasy e MD”.

Após ser impedida de integrar as fileiras da corporação, Rhaillayne entrou com uma ação na Justiça contra a decisão.

“Em relação à alegação de uso de substâncias entorpecentes, a autora agiu de forma totalmente transparente e honesta ao responder a pergunta realizada pelo pesquisador, momento em que afirmou ter feito uso de substâncias entorpecentes POR APENAS TRÊS VEZES NO ANO DE 2013″, pondera a petição apresentada pelos advogados da candidata.

“Tal posicionamento de expor o ocorrido anteriormente demostra o seu caráter, o sentimento de agir com a verdade e retidão com o que preceitua, acreditando-se que não estaria devendo nada à Justiça ou a qualquer outro órgão”, prossegue a defesa, cuja tese acabou prevalecendo nos tribunais.

Nesta segunda-feira (4), a PM confirmou ter apreendido a carteira funcional de Rhaillayne. Com o documento retido pela Corregedoria da corporação, o porte de arma da policial fica temporariamente suspenso até pelo menos a conclusão da investigação ou até uma decisão contrária da Justiça.

*Com informações do O Globo