TRAGÉDIA

Após morte de jovem, Mabel planeja força-tarefa para retirada de fios irregulares

Dois dias após o temporal que provocou alagamentos em Goiânia e resultou na morte de…

Mabel fala sobre problemas estruturais provocados pela chuva em Goiânia (Foto: Domingos Ketelbey)

Dois dias após o temporal que provocou alagamentos em Goiânia e resultou na morte de uma jovem de 17 anos, vítima de choque elétrico, o prefeito Sandro Mabel (União Brasil) destacou ao Mais Goiás, nesta quinta-feira (25), uma série de medidas para enfrentar os problemas estruturais da cidade. Entre elas estão uma força-tarefa para retirada da fiação irregular nos postes e a revitalização da Marginal Botafogo, orçada em cerca de R$ 300 milhões, com recursos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). O gestor também admitiu que a “grama sintética não deu certo num primeiro momento”.

Mabel classificou a morte da jovem como um episódio imprevisível, mas ressaltou que a desorganização da rede de cabos em Goiânia é um problema crônico. De acordo com ele, a prefeitura já aplicou mais de 300 multas de R$ 20 mil contra operadoras de telecomunicação que mantêm cabos sem identificação, mas a prática continua.

“Temos mais de 102 operadoras, muitas clandestinas. Agora vamos montar equipes permanentes para retirar fios irregulares. Se não tiver identificação, não tem fio”, afirmou. O prefeito disse que o trabalho deve levar cerca de dois anos, até 2027, e garantiu que os custos não recairão sobre a prefeitura. “Fio não é meu, poste não é meu. Quem aluga o poste é a Equatorial, o fio é da telecom. Vamos comandar, mas o custo é deles.”

Obra na Marginal Botafogo

Além da questão da fiação, Mabel voltou a criticar o abandono da infraestrutura urbana. Ele citou a Marginal Botafogo como exemplo de obra que precisa de intervenção urgente. “A Marginal está derretendo há anos, e ninguém faz nada. Jogam pedra quando cai um barranco e deixam por isso mesmo. Agora temos projeto pronto, recursos assegurados, e vamos começar a obra na seca de 2026”, destacou.

O projeto prevê contenções, drenagem e recuperação de pontos críticos ao longo da via, considerada uma das mais problemáticas da capital em períodos de chuva.

Durante a entrevista, o prefeito também relatou as ações imediatas tomadas pelo gabinete de crise durante o temporal. Segundo ele, foram fechadas as marginais no momento mais crítico, posicionadas ambulâncias e equipes dos bombeiros, e colocadas 20 equipes com motosserras espalhadas pela cidade para lidar com quedas de árvores. “Às 11 da noite, a Marginal já estava liberada. No dia seguinte, a cidade acordou funcionando, salvo alguns semáforos que foram religados durante a madrugada”, disse.

Além das medidas emergenciais e estruturais, Mabel afirmou que sua gestão seguirá testando soluções inovadoras, mesmo após polêmicas como o uso da grama sintética em canteiros. “Algumas inovações funcionam, outras não. Mas precisamos pensar diferente para avançar. Quando não dá certo, a gente tira do mapa e segue em frente”, concluiu.

“Grama sintética não funcionou no primeiro momento”

Mabel também comentou sobre a polêmica da grama sintética em canteiros centrais e praças, medida adotada em sua gestão e alvo de críticas. Ele admitiu que o projeto “não funcionou no primeiro momento”, mas defendeu a lógica de testar novas ideias.

“Algumas inovações funcionam, outras não, mas nem por isso a gente pode deixar de pensar nelas. O que acontece é que a gente, inovação, dá certo ou não dá certo, eu não vou gastar tempo com grama sintética agora. Colocamos motos no corredor de ônibus e muita gente disse que ia matar motociclistas; no fim, os acidentes caíram 80%. A gente erra e acerta, mas não pode parar de inovar”, afirmou.