ACOMODAÇÃO

Ar-condicionado e geladeira: veja os luxos da prisão de Braga Netto

Local foi adaptado, pois o Exército do Rio de Janeiro não tinha estrutura adequada para um general de quatro estrelas

Ar-condicionado e geladeira: veja os luxos da prisão de Braga Netto
Ar-condicionado e geladeira: veja os luxos da prisão de Braga Netto (Foto: Fábio Rodrigues Pozzebom - Agência Brasil)

Preso na manhã de sábado (14) por suspeita de obstrução de Justiça em investigação de golpe de Estado após as eleições de 2022, o general da reserva Walter Souza Braga Netto está preso em no quarto do chefe de Estado Maior da 1ª Divisão do Exército, na Vila Militar, em Deodoro, na Zona Oeste do Rio de Janeiro. Entre as regalias, armário, geladeira, ar-condicionado, televisão e banheiro exclusivo.

Conforme reportagem do Fantástico, o preso tem direito a quatro refeições. Elas são feitas no rancho, onde oficiais de patentes mais altas comem. Braga Netto tem direito a prisão especial antes de uma eventual condenação.

O local ainda foi adaptado, pois o Exército do Rio de Janeiro não tinha estrutura adequada para um general de quatro estrelas. “A segurança interna e externa do edifício foi reforçada e a rotina de visitas prevê o comparecimento de familiares e advogados, conforme as prescrições emanadas pelo Juiz responsável pela sentença”, informou nota ao programa dominical.

No fim de semana, o Supremo Tribunal Federal (STF) manteve a prisão preventiva de Braga Netto após audiência de custódia. Conduziu a audiência o juiz Rafael Henrique Janela Tamai Rocha, do Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP), auxiliar do gabinete do ministro do STF Alexandre de Moraes, que emitiu o mandado de prisão preventiva.

Conforme a PF, a operação que culminou na prisão de Braga Netto teve como objetivo cumprir mandados judiciais expedidos pelo STF envolvendo pessoas “que estariam atrapalhando a livre produção de provas durante a instrução processual penal”, a fim de impedir a repetição da conduta ilícita.

Ainda segundo relatório da PF, Braga Netto tentou conseguir informações sobre a delação do ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, Mauro Cid, com o pai do militar. A corporação diz, ainda, que o ex-ministro da Defesa agiu de forma “reiterada e destacada para impedir a completa identificação dos fatos investigados”.

Inclusive, conforme a decisão de Alexandre de Moraes, Braga Netto, que também foi candidato a vice na chapa de Bolsonaro, em 2022, tentou conseguir detalhes da delação de Cid logo que ele deixou a prisão, em setembro do ano passado.

“As ações perpetradas indicaram que Braga Netto tentou obter os dados repassados pelo colaborador Mauro Cid à investigação, com o objetivo de controlar as informações fornecidas, alterar a realidade dos fatos apurados, além de consolidar o alinhamento de versões entre os investigados”, conclui a PF.

A defesa de Braga Netto, por sua vez, afirma que ele não tentou interferir na investigação. Anteriormente, o próprio general da reserva tinha negado o plano de golpe e de assassinato de autoridades.