Economia

Avanço de streamings e IA eleva déficit do Brasil com serviços digitais

No primeiro semestre deste ano, o saldo negativo somou US$ 9,94 bilhões, alta de 24%

Brasileiro tem consumido mais tempo de streamings | Foto: Freepik

O consumo crescente de serviços de streaming, games, música e computação em nuvem está elevando de forma expressiva o déficit do Brasil nas contas externas, segundo dados do Banco Central (BC). A maior parte dessas plataformas é operada por empresas estrangeiras, principalmente big techs americanas, o que aumenta as remessas de recursos do país para o exterior.

No primeiro semestre deste ano, o saldo negativo nas rubricas de propriedade intelectual e telecomunicações somou US$ 9,94 bilhões, alta de 24% em relação ao mesmo período de 2024. Apenas na área de propriedade intelectual, que inclui pagamento de direitos autorais, patentes e marcas, o déficit também cresceu 24%.

Além do streaming no Brasil, a expansão do uso de serviços como armazenamento em nuvem e soluções de processamento para inteligência artificial também contribuiu para um aumento de 16% no déficit da conta de telecomunicações na comparação anual.

“O número tem subido muito fortemente de 2024 para cá. É algo que não existia há dez anos. É um fluxo estrutural que veio para ficar, com a popularização cada vez maior desses serviços, penetração nas diferentes camadas sociais e que vai se manter nos próximos meses e anos”, afirmou Felipe Kotinda, economista do Santander ao O Globo.

Dados de mercado confirmam que o Brasil se tornou um mercado estratégico para empresas como Google, Apple, Microsoft, Netflix, Meta, OpenAI, Amazon e IBM, cuja presença cresce no país, inclusive no contexto da disputa comercial global marcada pela ofensiva tarifária do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.

Com informações de O Globo