Base minimiza ausência de Mabel em prestação na Câmara; oposição fala em improbidade
Prefeito, entretanto, destaca que vai enviar representantes técnicos para prestação de contas
A decisão do prefeito de Goiânia, Sandro Mabel (UB), de não comparecer pessoalmente à Câmara para prestar contas do último quadrimestre de 2024 repercutiu entre os vereadores na sessão desta quinta-feira (13). Enquanto parte da base aliada minimizou a ausência, outros parlamentares afirmaram que Mabel tem a responsabilidade legal de apresentar os relatórios financeiros, mesmo que os gastos sejam referentes à gestão passada, afinal a convocação se deu a partir do cumprimento da legislação municipal.
Coube ao vereador Coronel Urzêda (PL) o índios dos questionamentos que deram inicio ao debate. Ele questionou a assessoria jurídica do Paço Municipal e alertou que o prefeito pode incorrer em crime de responsabilidade se não prestar contas. “Não sei quem está assessorando juridicamente o prefeito, mas ele tem que saber que a prestação de contas do quadrimestre passado compete à atual administração. Rogério Cruz não pode vir aqui prestar contas. Se o prefeito não comparecer, ele pode estar cometendo improbidade administrativa”, declarou.
Já o vereador Markim Goiá (PRD) defendeu que as irregularidades da gestão anterior não podem ser esquecidas e disse acreditar que Mabel não se furtará da responsabilidade. “Sandro tem experiência no legislativo, foi deputado federal por cinco mandatos. Pode ter certeza que ele virá a esta casa e não será um fujão como o Rogério foi”, argumentou.
O vereador Willian Veloso (PL) destacou que a prestação de contas já foi analisada durante a transição de governo e que Mabel poderia comparecer pessoalmente. “Em tese, tudo já está pronto. Na prática, não é responsabilidade dele, mas serviria como um convencimento dos vereadores para acompanhar a abertura de uma CEI para esclarecer os números anunciados”, sugeriu.
A vereadora Aava Santiago (PSDB) criticou a falta de transparência e cobrou esclarecimentos sobre o rombo financeiro declarado pela nova gestão. “Se ele sabe que há um déficit de R$ 3 bilhões, ele sabe mais do que o TCM, que aponta um rombo de R$ 600 milhões. Ele precisa explicar o que sabe e compartilhar essas informações com a Câmara”, ressaltou.
Por outro lado, vereadores da base minimizaram a ausência do prefeito. Thiallu Guiotti (Avante) criticou o tom das cobranças e destacou que Mabel ainda está no início do mandato. “Parece que há uma oposição a qualquer fala e vírgula do prefeito. Quem tem coragem de dizer que ele não está trabalhando dia e noite para resolver os problemas da cidade?”, questionou.
Anselmo Pereira (MDB) reforçou a necessidade de paciência e prudência. “O prefeito pediu 100 dias para dar explicações. Tenho certeza de que, quando chegar o momento, ele virá. Ele é um democrata”, afirmou. O vereador Henrique Alves (MDB) reiterou que Mabel jamais se recusou a dialogar com o legislativo. “Ele tem a obrigação de apresentar os relatórios dos primeiros meses de sua gestão, e ele vai vir. O prefeito nunca se furtou a estar presente nesta casa”, garantiu.
O vereador Cabo Senna (PRD), autor do requerimento e presidente da Comissão Mista da Câmara, enfatizou que a prestação de contas é uma exigência legal. “Quem diz que o prefeito deve prestar contas é a lei. Não é um bicho de sete cabeças. A audiência está mantida para o dia 24 e é importante que o prefeito compreenda isso”, finalizou. A audiência pública para a apresentação do relatório fiscal do último quadrimestre de 2024 está prevista para o dia 24 de março. Mabel já afirmou que não comparecerá, mas enviará uma equipe técnica para representar a gestão.