Bolsonaro cita recurso contra decisão de Moraes e diz que Michelle irá à posse de Trump
Ex-presidente diz que ex-primeira-dama terá 'tratamento bastante especial' nos EUA

BRASÍLIA (FOLHAPRESS) – O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) disse nesta quinta-feira (16) que a sua esposa, Michelle Bolsonaro, irá para a posse de Donald Trump no próximo dia 20.
Ele disse ainda que, apesar da negativa de Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), em liberar o passaporte, seus advogados vão recorrer. Mas admite ter poucas esperanças.
“Essa questão do passaporte ainda está em jogo. Tenho uma equipe de advogados que pediu para eu não entrar em particularidades do processo porque cabe recurso, muita coisa está por vir”, disse, em entrevista ao canal no YouTube da revista Oeste.
“Minha esposa irá pra lá. Estava convidada juntamente comigo, ela vai fazer sua parte. Tenho conversado com alguns próximos de Trump e ela terá tratamento bastante especial”, completou.
Michelle não teve passaporte apreendido. Bolsonaro não detalhou que tratamento especial a ex-primeira-dama teria.
O ex-presidente disse que seus advogados vão recorrer da medida e que espera, caso o recurso chegue ao plenário, ter mais chances.
“Tenho esperança muito pequena. Se chegar ao plenário, podem me liberar pra viajar pros Estados Unidos. Me sinto muito orgulhoso com o convite, como uma criança recebendo presente”, afirmou.
O Supremo funciona até o final de janeiro em regime de plantão, período em que não há previsão do julgamento de recursos contra decisões monocráticas pelos colegiados da corte.
Bolsonaro mostrou ainda um livro com uma dedicatória de Trump para ele. O ex-presidente se referiu ao futuro mandatário americano como amigo. “Ele tem carinho para comigo, quer apertar minha mão, senão não tinha me convidado”.
Moraes justificou, em sua decisão, que Bolsonaro já manifestou publicamente ser favorável à fuga de condenados em casos da investigação e na permanência clandestina no exterior, em especial na Argentina, para evitar a aplicação da lei e das decisões judiciais.
Também afirmou que não foi juntado aos autos nenhum documento probatório que demonstrasse a existência de convite realizado pelo presidente eleito dos EUA a Bolsonaro, conforme alegado pela defesa do ex-presidente.