sou ou não?

Bolsonaro não soube dizer à Polícia Federal se é “cis”

O político foi informado de que a pergunta fazia parte de um novo procedimento da PF

Bolsonaro não soube dizer à Polícia Federal se é cis O político foi informado de que a pergunta fazia parte de um novo procedimento da PF
Foto: Agência Brasil

Jair Bolsonaro é cis? O ex-presidente compareceu à Polícia Federal (PF) na última quinta-feira (22) orientado a ficar em silêncio. A única questão à qual ele se dispôs a esclarecer ficou sem resposta. Quando questionado se é cisgênero, o político respondeu que não sabe o que isso significa.

Posteriormente, Jair foi informado de que a pergunta fazia parte de um novo procedimento da PF, que passou a incluir os termos “transgênero” e “cisgênero” na lista de informações sobre as pessoas que prestam depoimento à corporação. A PF adotou esse procedimento em janeiro, para se alinhar às diretrizes adotadas pelo governo para políticas LGBTQIA+.

Apesar de ainda desconhecidos por uma grande parcela da população, os termos são acompanhados de explicações fornecidas pela própria polícia. A identificação também inclui o campo de “orientação sexual“.

Para quem não sabe, cisgênero é o indivíduo que se identifica com o sexo biológico com o qual nasceu. Um exemplo de cisgênero é uma pessoa que nasceu com genitália feminina, cresceu com características físicas de “mulher” e adotou padrões sociais ligados ao feminino, frequentemente expressos em roupas, gestos e tom de voz.

Silêncio

Como antecipado pela defesa, Bolsonaro permaneceu calado durante oitiva na Polícia Federal, em Brasília, nesta quinta-feira (22). Ele ficou apenas alguns minutos no local. A postura ocorre por falta de acesso aos crimes imputados ao ex-presidente, conforme o advogado Paulo Bueno.

“Esse silêncio não é só o uso constitucional do silêncio, mas uma estratégia baseada no fato de que a defesa não teve acesso a todos os elementos os quais estão sendo imputados pela prática de certos delitos”, disse o advogado do político.

Na ocasião, outras 23 pessoas deram depoimentos simultaneamente no âmbito da Operação Tempus Veritatis. A ação foi deflagrado no começo do mês e investiga uma suposta tentativa de golpe de Estado e abolição do Estado Democrático de Direito que serviria para Bolsonaro no poder.