Brasil deu lição de democracia, diz Lula sobre prisões de Bolsonaro e generais
STF oficializou condenação definitiva de réus da trama golpista
O presidente Lula (PT) afirmou nesta quarta-feira (26) que o Brasil deu uma “lição de democracia ao mundo”, ao comentar a prisão de Jair Bolsonaro (PL) e dos demais réus da trama golpista pelo STF (Supremo Tribunal Federal). O tribunal oficializou nesta terça (25) a condenação definitiva do ex-presidente e dos outros sete réus do chamado núcleo crucial da trama golpista.
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Além do ex-mandatário, que já estava em prisão preventiva desde sábado (22), foram presos três ex-ministros dele —Anderson Torres (Justiça), Augusto Heleno (Gabinete de Segurança Institucional) e Paulo Sérgio Nogueira (Defesa)— e o ex-comandante da Marinha Almir Garnier (ex-comandante da Marinha).
“Ontem esse país deu um passo importante. Esse país ontem deu uma lição de democracia ao mundo”, disse Lula. “Sem nenhum alarde, a Justiça brasileira mostrou a sua força, não se amedrontou com as ameaças de fora e fez um julgamento primoroso, onde não tem uma acusação de oposição, é tudo acusação de da quadrilha que dar um golpe nesse país”, declarou.
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“Pela primeira vez em 500 anos nesse país você tem alguém preso por tentativa de golpe. Você tem um ex-presidente da República e quatro generais cinco estrelas presos. Numa demonstração de que democracia vale para todos, não é privilégio de ninguém. É um direito de 215 milhões de brasileiros. Eu estou feliz, não pela prisão de ninguém, estou feliz porque esse país está maduro para exercer a democracia na sua mais alta plenitude”, declarou ao final de seu discurso.
As declarações foram feitas durante a cerimônia de sanção da isenção do IR (Imposto de Renda) para quem ganha até R$ 5.000, uma das principais apostas do petista para a campanha eleitoral de 2026.
A medida também inclui um desconto no imposto de quem ganha entre R$ 5.000 e R$ 7.350 mensais.
A cerimônia não teve a presença dos presidentes da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), e do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), em mais um sinal do estremecimento da relação entre o governo e a cúpula do Legislativo.
*Via Folha de São Paulo