Câmara impede cobertura da imprensa e policiais empurram jornalistas; vídeos
Expulsão de Glauber Braga (PSOL-RJ) do plenário à força foi seguida de empurra-empurra
A Câmara dos Deputados impediu a cobertura da imprensa e registrou empurra-empurra de policiais contra jornalistas durante a expulsão do deputado Glauber Braga (PSOL-RJ) do plenário, na noite desta terça-feira (9). O episódio gerou forte reação de entidades jornalísticas, que classificaram a situação como grave violação à liberdade de imprensa.
Glauber ocupava a cadeira do presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), em protesto contra a inclusão de seu processo de cassação na pauta desta quarta (10). Ele é acusado de chutar um militante de direita que o perseguia dentro da Casa. Após o anúncio do protesto, a sessão foi suspensa e a transmissão pela internet simplesmente caiu, impedindo que o público acompanhasse o que acontecia no plenário.
Jornalistas expulsos e policiais avançando
Com a polícia legislativa acionada, a imprensa foi obrigada a deixar o plenário e impedida de registrar imagens da retirada forçada do deputado. Apenas parlamentares conseguiram filmar a cena. No Salão Verde, onde os jornalistas aguardavam, o tumulto aumentou: houve agressões, empurrões e confusão envolvendo repórteres, policiais e deputados.
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Parlamentares de esquerda afirmam que, além de Glauber, também foram agredidos os deputados Sâmia Bomfim (PSOL-SP), Dorinaldo Malafaia (PDT-AP), Rogério Correia (PT-MG) e Célia Xakriabá (PSOL-MG). Todos fizeram exame de corpo de delito e registraram boletim de ocorrência.
Motta não explica ordem e entidades reagem
A assessoria de Hugo Motta não respondeu quem determinou o impedimento da imprensa e o corte do sinal de TV. Também não houve esclarecimento sobre eventual ordem para que policiais avançassem contra parlamentares e profissionais de imprensa.
Nas redes, Motta disse apenas ter determinado a apuração de “possíveis excessos”.
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A Fenaj e o Sindicato dos Jornalistas do Distrito Federal divulgaram nota dura, afirmando que o episódio representa “grave cerceamento ao trabalho da imprensa e ao direito de informação da população”, criticando também as agressões físicas registradas.
A Abraji repudiou o episódio, citando agressões contra os jornalistas Guilherme Balza (Globo) e Carolina Nogueira (UOL). A entidade afirmou que o episódio é “inaceitável” e representa um “espetáculo grotesco de autoritarismo”.
Além da ANJ, também a Abert e a Aner assinaram nota conjunta destacando que o corte do sinal de TV é incompatível com a liberdade de imprensa e cobrando apuração de responsabilidades.
Câmara impede cobertura da imprensa e policiais empurram jornalistas; vídeos
🚨 VERGONHOSO!
— ERIKA HILTON (@ErikakHilton) December 9, 2025
Após o sinal da TV Câmara ser cortado, o deputado Glauber Braga ser retirado com violência da Câmara e a imprensa ser proibida de estar no Plenário, a Polícia Legislativa simplesmente saiu AGREDINDO JORNALISTAS.
É assim que vão aprovar a anistia pro Bolsonaro?… pic.twitter.com/NqoXp0P2CY
🚨 GloboNews mostra cinegrafista sendo removido do Plenário da Câmara dos Deputados por ordem de Hugo Motta. Câmara está "isolada" e não se sabe o que está acontecendo dentro do Plenário neste momento
— Camarote da República (@camarotedacpi) December 9, 2025
Imprensa foi expulsa, sinal da TV Câmara foi cortado e o vídeo tirado do ar pic.twitter.com/ipiUFhJGGd
Jornal Nacional repercute o ato INÉDITO onde o sinal da TV Câmara foi CORTADO devido confusão. pic.twitter.com/UCHAO5iyKJ
— POPTime (@siteptbr) December 10, 2025