China vai aplicar tarifas de 55% à carne brasileira em 2026, diz ministério
Medida visa proteger produção local, segundo o governo chinês
O Ministério do Comércio da China anunciou a implementação de medidas protecionistas que impactarão significativamente o setor pecuário brasileiro a partir de amanhã, 1º de janeiro de 2026. A nova política estabelece a aplicação de uma tarifa de 55% sobre as importações de carne bovina provenientes do Brasil, Argentina, Uruguai e Estados Unidos que excederem as cotas anuais determinadas para os próximos três anos.
Segundo as autoridades chinesas, a decisão fundamenta-se em investigações que indicam prejuízos à indústria nacional do país asiático devido ao excesso de oferta externa e à demanda enfraquecida pela desaceleração econômica local. Para o ano de 2026, o Brasil terá uma cota de importação de 1,1 milhão de toneladas, sendo que qualquer volume que ultrapasse esse limite estará sujeito à nova tributação elevada.
A medida atinge diretamente o estado de Goiás em um momento de dependência recorde do mercado chinês. De acordo com o levantamento Agro em Dados de dezembro de 2025, elaborado pela Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa), a China é o principal destino da carne bovina goiana, detendo uma participação de 32,8% em todo o valor exportado pelo estado no acumulado de janeiro a outubro de 2025.
O protagonismo chinês foi fundamental para que Goiás atingisse, nos primeiros dez meses do ano, um saldo positivo superior a US$ 1,7 bilhão nas vendas externas da proteína. O peso das compras chinesas é tão expressivo que sustenta o crescimento histórico do setor em Goiás, que embarcou um total de 340,2 mil toneladas no período.
Com informações da Folha de S. Paulo
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