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Cirurgia de Bolsonaro deve durar até quatro horas, e internação pode se estender por uma semana

Em-presidente foi internado nesta quarta-feira para preparo pré-operatório

Cirurgia de Bolsonaro deve durar até quatro horas, e internação pode se estender por uma semana Em-presidente foi internado em Brasília
Foto: Agência Brasil

O ex-presidente Jair Bolsonaro foi internado nesta quarta-feira (24), em Brasília, para exames e preparo pré-operatório. Segundo o cronograma médico, a cirurgia de correção de hérnia inguinal bilateral deve durar entre três e quatro horas, e a internação pode se estender por até uma semana, dependendo da evolução clínica.

A internação foi autorizada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), após uma perícia da Polícia Federal (PF) apontar a necessidade da intervenção. Bolsonaro deixou a superintendência da PF sob forte escolta por volta das 9h30 e chegou ao hospital poucos minutos depois.

De acordo com a equipe médica, esta quarta-feira foi reservada para a realização de exames clínicos e laboratoriais. A cirurgia está programada para a manhã de quinta-feira, dia de Natal, e será realizada sob anestesia geral, com monitoramento contínuo das funções vitais.

Esta será a sétima cirurgia do ex-presidente desde 2018, quando foi vítima de uma facada durante a campanha eleitoral. Todas as intervenções anteriores estão relacionadas a complicações decorrentes do atentado.

Preparo e porte da cirurgia

Antes do procedimento, Bolsonaro passa por uma bateria de avaliações para confirmar o diagnóstico e reduzir riscos, incluindo exames cardiológicos, avaliação anestésica e ajustes de medicação. A equipe médica destaca que o procedimento desta quinta-feira é considerado menos complexo do que a cirurgia realizada em abril, quando ele foi submetido a uma intervenção de grande porte para desobstrução intestinal, que durou cerca de 12 horas.

O que é a hérnia inguinal bilateral

A hérnia inguinal bilateral ocorre quando parte do intestino se projeta por áreas enfraquecidas da parede abdominal, na região da virilha. A cirurgia tem como objetivo reposicionar o conteúdo abdominal e reforçar a musculatura local, reduzindo dores, riscos de complicações e a chance de novas protrusões.

Bloqueio do nervo frênico em avaliação

A equipe médica também avalia o momento mais adequado para a realização de um bloqueio anestésico do nervo frênico, procedimento que pode ajudar a reduzir crises de soluços persistentes, relatadas por Bolsonaro nos últimos meses. O nervo frênico é responsável pela estimulação do diafragma, e o bloqueio busca interromper estímulos anormais que causam contrações involuntárias.

Pós-operatório e tempo de internação

No pós-operatório, o ex-presidente será submetido a controle rigoroso da dor, fisioterapia para mobilização precoce e cuidados voltados à função respiratória. Também estão previstas medidas preventivas contra complicações, como trombose venosa profunda.

A previsão médica é de que Bolsonaro permaneça internado entre cinco e sete dias, período considerado necessário para analgesia, fisioterapia, prevenção de intercorrências e observação clínica, levando em conta seu histórico de cirurgias abdominais.

Autorização judicial

A defesa solicitou ao STF autorização para a internação no dia 24, com a cirurgia no dia seguinte. Ao autorizar o pedido, Alexandre de Moraes destacou que, embora a cirurgia tenha caráter eletivo, a perícia da PF indicou que o procedimento deve ocorrer “o mais breve possível”. O ministro ressaltou ainda que a autorização não interfere na execução da pena.

Bolsonaro cumpre pena de 27 anos e três meses de prisão, após condenação pelo STF por tentativa de golpe de Estado. Durante a internação, ele será acompanhado pela ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro. A entrada de outros familiares dependerá de nova decisão judicial.