'FORO ÍNTIMO'

Defesa de Zambelli deixa caso após ela fugir do Brasil

"Eu fui apenas comunicado pela deputada que estaria fora do Brasil para dar continuidade a um tratamento de saúde", disse o advogado

Interpol inclui nome de Carla Zambelli na lista da difusão vermelha
Interpol inclui nome de Carla Zambelli na lista da difusão vermelha (Foto: Agência Brasil)

A defesa da deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) anunciou, nesta terça-feira (3), que deixou o caso após ela sair do Brasil. Segundo o advogado Daniel Bialski, ele foi comunicado pela parlamentar apenas que ela estaria fora para um tratamento de saúde. “Foro íntimo”, justificou.

“Eu fui apenas comunicado pela deputada que estaria fora do Brasil para dar continuidade a um tratamento de saúde. Todavia, por motivo de foro íntimo, estou deixando a defesa da deputada, como já lhe comuniquei”, informou. Após Zambelli anunciar a saída, a Procuradoria-Geral da República pediu a prisão da deputada.

deputada federal anunciou que fugiu do Brasil para não ser presa, depois de ter sido condenada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) a dez anos de prisão e à perda do mandato por envolvimento na invasão dos sistemas do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). O plano de Zambelli é se instalar na Itália e iniciar uma campanha contra o STF. Ainda cabe a Câmara decidir ou não pela cassação.

A condenada tem cidadania italiana e a primeira ministra do país é Giorgia Meloni, do partido de ultradireita Fratelli D’Ítalia. Ela disse, em entrevista à rádio Auriverde, de Bauru, que é alvo de perseguição e que vai viajar pelo continente europeu e se reunir com autoridades para denunciar o que chama de distorções na realidade brasileira.

“Estou fora do Brasil já faz alguns dias. Vim, a princípio, buscar um tratamento médico, e agora vou pedir para que eu possa me afastar do cargo (…) Vou me basear na Europa, tenho cidadania europeia. Estou muito tranquila quanto a isso”, afirmou. “Me cansei de ficar calada, me cansei de não atender meu público (…) Nosso país não tem condições de abarcar pessoas que querem falar tanto quanto eu.”

De acordo com a Procuradoria-Geral da República (PGR), Zambelli e o hacker Walter Delgatti foram responsáveis por elaborar e inserir diversos documentos falsos no sistema do CNJ. Entre eles, um mandado de prisão forjado contra o ministro Alexandre de Moraes, redigido como se tivesse sido assinado pelo próprio magistrado. O documento foi incluído no Banco Nacional de Mandados de Prisão, vinculado ao CNJ.

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