Acidente

Duas pessoas morrem após ciclovia desabar no Rio de Janeiro

Parte de uma ciclovia localizada na Avenida Niemeyer, Zona Sul do Rio, desabou na manhã…

Parte de uma ciclovia localizada na Avenida Niemeyer, Zona Sul do Rio, desabou na manhã desta quinta-feira (21/04). O trecho da queda tem 50 metros e fica na altura do número 500. De acordo com o Corpo de Bombeiros, dois homens morreram por conta do desabamento da estrutura e seus corpos foram resgatados no mar. Três pessoas ficaram feridas. As buscas por vítimas continuam na região. Agentes da CET-Rio estão no local e por conta do acidente, a via está totalmente interditada nos dois sentidos.

Segundo os bombeiros, militares do quartel da Gávea, do Humaitá e do Grupamento de Operações Aéreas foram acionados, no fim da manhã desta quinta-feira, para uma ocorrência de queda de pessoa no mar, na Avenida Niemeyer, em São Conrado.

Um dos mortos, foi identificado como Eduardo Marinho, de 53 anos, era engenheiro e morador de Ipanema. De acordo com a médica Eliane Albuquerque, médica e esposa da vítima, ele saiu nesta manhã para caminhar e passava pela área quando a ciclovia desabou.

Segundo as primeiras informações, a ciclovia foi derrubada por uma forte onda que além de destruir o local, também quebrou o parabrisa de um ônibus e teria arrastado uma mulher no calçadão.

O secretário municipal de Governo do Rio, Pedro Paulo Carvalho, classificou o acidente como “inaceitável”. Segundo ele, “a situação é muito triste”. De acordo com o político, mergulhadores do Corpo de Bombeiros — com a ajuda de motos aquáticas — procuram uma possível terceira vítima. Ainda de acordo com Carvalho, toda a ciclovia ficará interditada por tempo indeterminado.

Técnicos da Prefeitura estão no local para apurar as circunstancias do acidente.

Nessa quarta-feira moradores e turistas afirmaram que sentiram um tremor na via. “Ontem de manhã eu levei três turistas no Castelinho e sentimos a ciclovia tremendo muito cada vez que uma onda batia. Eu comentei que aquilo ia acabar caindo”, contou Ana Lima, guia de turismo.

Sobre o desabamento

“Provavelmente, o que aconteceu foi um problema de projeto”, afirmou José Schipper, vice-presidente do Crea-RJ. De acordo com o engenheiro, “o que pode ter acontecido,  foi um problema de projeto, que não deve ter levado em conta um esforço de carga forte vertical, de baixo para cima, nem transversal. A ligação entre os pilares e a parte horizontal da estrutura é feita com amarração de ferro. Eles estão interligados, mas talvez não o necessário para aguentar a força de ondas fortes como essas”, disse.

Ainda de acordo com o especialista, a estrutura poderá ser reparada, no entanto é preciso fazer um “reforço” uma “amarração do pilar junto com o tablado da ciclovia”.

Em entrevista a Globo News, o especialista em gerenciamento de risco, Moacyr Duarte, afirmou que “a alegação de que a onda está grande e maré de lua cheia é maior é verdade, só que é um fenômeno recorrente e fez parte do estudo para o projeto que foi feito, então, esta explicação não vale”, afirmou.

“A onda entrou em determinado ângulo, correu por aquele paredão menos inclinado, bateu explodiu em direção na vertical, para cima, quando fez isso ela tirou a passarela de cima, porque as colunas estão inteiras”, finalizou.  

O desabamento ocorreu pouco mais de quatro meses após sua inauguração. Inaugurada em meados de janeiro, a ciclovia Tim Maia liga o Leblon a São Conrado e tem sete quilômetros de extensão.