Expectativa em alta

Black Friday: Lojistas esperam crescimento de 11% nas vendas em Goiânia

Uma Black Friday com vendedores de Goiânia mais satisfeitos. Essa é a expectativa dos comerciantes…

Na Black Friday deste ano, Lojistas esperam que consumidor gaste 24% a mais que em 2018 (Imagem: Niame Loiola/Mais Goiás)
Na Black Friday deste ano, Lojistas esperam que consumidor gaste 24% a mais que em 2018 (Imagem: Niame Loiola/Mais Goiás)

Uma Black Friday com vendedores de Goiânia mais satisfeitos. Essa é a expectativa dos comerciantes para esta sexta-feira (29). Uma pesquisa feita pelo Instituto Grupom e encomendada pela Câmara de Dirigentes Logistas (CDL) aponta para um impacto de R$ 421 milhões no comércio na capital. Se confirmado, esse valor será 11% maior do que o registrado no ano passado.

A data, importada dos Estados Unidos, acontece sempre na última sexta-feira de novembro e marca o início das vendas de final de ano. A primeira vez em que a data foi incorporada no calendário das vendas nacionais foi em 2010, com 50 lojas vendendo exclusivamente pela internet. Quatro anos depois, as vendas online movimentaram R$ 1,2 bilhão, segundo a consultora E-Bit. O volume de vendas naquele ano consolidou a prática por aqui.

Em Goiás, espera-se ainda que os consumidores gastem mais em 2019. De acordo com a pesquisa, o valor médio a ser gasto será de R$ 1.412, um valor 24% maior do que em 2018.

Entre os produtos mais procurados, os campeões ainda são os eletrodomésticos. Eles são a preferência de 33% dos entrevistados. Este número é menor do que no ano passado, quando 40% dos consumidores faziam esta opção. Em segundo lugar vem os smartphones, com 22% das intenções de compra, 5% a mais do que em 2018.

Perfil dos consumidores da Black Friday

Ainda de acordo com a pesquisa, 52,5% das pessoas que pretende ir às compras são mulheres, contra 47% dos homens. A faixa etária que mais gastará é de pessoas entre 30 e 39 anos, com 31%. Em seguida vem as pessoas entre 20 e 29 anos, com 21,5%, seguidos das com idade entre 40 e 49 anos, com 19,2%.

No que diz respeito ao nível de escolaridade, a pesquisa aponta que as maioria dos compradores possuem nível superior, com 51,1% dos entrevistados. Em seguida vem as pessoas com níveis médio e fundamental, com 40% e 8,8%, respectivamente.

Intenção de compra e renda

O número de pessoas interessadas em comprar também aumentou com relação ao ano passado. De acordo com a pesquisa, 44% dos entrevistados afirmaram que pretendem fazer compras na data, contra 33% do ano anterior. O número de pessoas que afirmou não ter a intenção de comprar é de 35%. Por fim, 22% dos entrevistados afirmaram não saberem se comprarão ou não.

Os resultados mostram também que os maiores compradores são os que possuem renda familiar entre quatro e 10 salários mínimos, com 55,4%. Depois deles aparecem as pessoas que tem renda menor ou igual a três salários mínimos, com 28,4%. Os que menos pretendem fazer compras na Black Friday são os que possuem renda superior a 10 salários, com 16,2%.

Onde gastar e o medo da “Black Fraude”

Entre as pessoas que vão gastar, a preferência é por lojas físicas, com 53%. Entretanto essa opção vem perdendo espaço para as compras online, que subiram de 28% em 2018 para 52% em 2019.

Apesar da expectativa de vendas, ainda há uma desconfiança grande dos consumidores com as ofertas anunciadas na Black Friday. Esse receio aumentou do ano passado pra cá. Na época, 51% dos entrevistados afirmaram que não acreditam nos descontos oferecidos pelas lojas, contra 47% do ano anterior.

“Bom momento da economia”

Para o economista e consultor de empresas Bruno Fleury, a alta expectativa de vendas deve se confirmar. Ele acredita que o otimismo dos lojistas reflete o bom momento que a economia nacional está passando e afirma que a tendência é que a situação melhore também para as compras de Natal.

“A economia está voltando a crescer”, disse Bruno. “Este ano o índice de crescimento deve ficar em torno de 1%. Além disso, as pesquisas de emprego mostram que tem mais gente sendo contratada do que demitida. Isso reflete no aumento da renda do brasileiro”.

O economista afirma ainda que uma série de medidas tomadas pelo governo também tem contribuído para o cenário. “Iniciativas como a liberação do FGTS e do PIS/PASEP tem ajudado também”.

A prazo x a vista

A pesquisa mostrou também uma tendência de crescimento das compras parceladas para a Black Friday. Apenas 35% dos entrevistaram afirmaram que comprarão a vista na data. O percentual representa uma queda de 6% com relação ao ano anterior.

Para Bruno, essa tendência é explicada pela diminuição do endividamento da população brasileira, aliada à queda nas taxas de juros aplicadas pelo Banco Central.

“Se a pessoa consegue limpar o nome, ela compra a prazo. A taxa de juros tem caído, o que faz com que as compras parceladas fiquem mais baratas. Além disso, a queda na inflação estabilizou os preços. Tudo isso cria um clima de confiança para o consumidor. O valor da parcela começa a caber no orçamento”, concluiu.

Cuidado com a falsa promoção

O Procon Goiás realizou uma fiscalização em 34 estabelecimentos comerciais com pesquisa de preços de produtos muito comprados durante a Black Friday, que acontece na próxima sexta-feira (29). No total, foram consultados os preços de 565 itens. A ideia do órgão é disponibilizar aos consumidores os valores dos produtos de um mês antes do período promocional, para que ele possa verificar se o desconto é verdadeiro ou não. Além das lojas físicas, 11 sites e cerca de 3 mil produtos também foram verificados.

Caso o consumidor verifique que a promoção é falsa, ele pode registrar a reclamação pela internet no link proconweb.ssp.go.gov.br. A queixa também pode ser feita presencialmente na sede do órgão ou nas agências do Vapt-Vupt.

O Procon divulgou, ainda, uma série de dicas para as pessoas que desejam fazer compras neste período. Entre elas estão a pesquisa antecipada e em outros locais antes de comprar, a verificação do valor do frete e da política de privacidade dos sites, bem como evitar compras por impulso.

O órgão divulgou uma lista elaborada pelo Procon-SP com mais de 300 sites que devem ser evitados por motivos de reclamações. A lista pode ser acessada aqui.