FALTA DE TREINAMENTO

Coronavírus contaminou mais de 570 mil profissionais da saúde nas Américas

O continente americano possui o maior número de profissionais da saúde infectados pelo coronavírus (Covid-19)…

Goiás registra 578 casos de coronavírus nas últimas 24 horas
Goiás registra 578 casos de coronavírus nas últimas 24 horas

O continente americano possui o maior número de profissionais da saúde infectados pelo coronavírus (Covid-19) em todo o mundo, alertou a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), braço da OMS na região, em entrevista coletiva nesta quinta-feira (3). No total são 570 mil infectados e 2.500 mortes desde o início da pandemia.

A maioria das infecções aconteceram no Brasil, que já soma 270 mil casos entre os profissionais, número superior ao dos Estados Unidos (140 mil) e México (cerca de 100 mil). Em todo continente, a maioria dos profissionais infectados tinham entre 30 e 49 anos e eram mulheres (75%).

No Brasil, mais de 34% das infecções aconteceram entre técnicos de enfermagem, que têm contato próximo com os pacientes, seguidos por enfermeiros (14%) e médicos (11%).

“Os casos totais estão estabilizando nos EUA e Brasil, mas esses países ainda têm o maior número de novos casos no mundo, um sinal claro de que a transmissão ainda está ativa. Apesar destas melhorias, os custos humanos da pandemia continuam inaceitavelmente altos e ninguém os sentiu tanto quanto nossos profissionais de saúde”, afirmou a diretora da OPAS, a médica Carissa Etienne.

Somente nesta semana, as Américas registraram aproximadamente 13,5 milhões de casos de Covid-19 e mais de 469 mil mortes.

Falta de treinamento

A Organização Pan-Americana da Saúde atribui o recorde de casos entre os profissionais de saúde na região à falta de treinamento para evitar infecções, superlotação de hospitais e falta de equipamentos de proteção individual.

A OPAS disse também os efeitos para a saúde mental e psicológica dos profissionais da área. No Paraguai, mais de 30% tiveram problemas de ansiedade e depressão.Os problemas são piorados pela discriminação a que são submetidos. A organização relatou casos de ostracismo de profissionais, impedidos de entrar em restaurantes e ônibus e até despejados de suas casas por causa da profissão, que tem conato direto com a doença.

A organização recomendou que os profissionais sejam os primeiros a receber a vacina quando disponibilizada, junto aos pacientes dos grupos de risco. Também recomendou expansão dos serviços de saúde para possíveis futuras emergências como a atual.

“Esse vírus estará entre nós por anos e é fundamental oferecermos aos profissionais de saúde as condições adequadas para lidar com ele”, disse Etienne.

*Com informações do Extra