Telefonia móvel

Oi permitirá que clientes troquem minutos de voz por dados de internet em aplicativo

Em coletiva de imprensa, a Oi apresentou novidades para os planos Pré e Controle da…

Em coletiva de imprensa, a Oi apresentou novidades para os planos Pré e Controle da operadora. A principal inovação da empresa de telefonia é a possibilidade de trocar, em tempo real, minutos de voz por megabytes para a navegação de dados. De acordo com Bernardo Winik, diretor de Varejo da companhia, a funcionalidade foi desenvolvida através de pesquisas em várias partes do Brasil, com diferentes públicos.

Com a campanha estrelada pelo youtuber Whindersson Nunes, a expectativa é aumentar a base de clientes do Pré-Pago, sobretudo com o plano Oi Livre, que abocanha 50% dos usuários da empresa. Tudo será feito através de um aplicativo de celular, ou no portal mobile da companhia. É importante ressaltar, no entanto, que a oferta é disponível apenas para os clientes que já são Oi Livre ou Consumo, ou para aqueles que se cadastrarem em um destes planos até o Dia das Mães.

Para o Oi Livre, um minuto da oferta que dá minutos a outras operadoras equivale a 2MB de dados móveis; para o plano de minutos restrito entre clientes Oi, o mesmo minuto equivale a 10 MB. Para os clientes Controle, entretanto, a oferta muda um pouco. No plano que dá minutos a outras operadoras, um minuto vale os mesmos 2MB do Oi Livre.

Porém, no plano que é ilimitado para Oi e dá minutos para outras operadoras, apenas estes podem ser convertidos em dados, mas valerão um pouco mais: 20MB. “Como são minutos ilimitados, não dá para converter”, explicou Roberto Guenzburger, diretor de produtos e mobilidade de conteúdo da Oi.

Aplicativo

Ariel Dascal, diretor de transformação digital da empresa de telefonia sublinhou que o centro de relacionamento com o cliente será o aplicativo Minha Oi, já disponível na Google Play (com lançamento na App Store planejado para o dia 24 desde mês). A ideia é fazer o usuário se tornar independente, possivelmente excluindo as chamadas para call-centers.

No primeiro trimestre de 2017, de acordo com Bernardo, a Oi teve números negativos de reclamações no Procon, na Anatel e na JEC, se comparados com o mesmo período do ano passado. Na coletiva, ele ressaltou que os planos da empresa são de diminuir ainda mais este percentual com a utilização em massa do aplicativo.

A troca de minutos de voz por dados feita nos dispositivos móveis será feita “sem cobrar a mais pelo uso do aplicativo”, disse Winik. O usuário também poderá trocar de planos e acompanhar com detalhes o consumo através da plataforma. O mesmo estará disponível no portal móvel da operadora.

Ariel explicou que os clientes pós-pago também poderão usufruir do aplicativo Minha Oi. Através da plataforma, poderão pagar contas, ver detalhes de consumo (através de cadastro), resgatar pontos promocionais e pegar o código de barras da fatura. Entretanto, para estes usuários, a troca de minutos por voz não está disponível. “Através das pesquisas, vimos que este tipo de cliente não acha interessante a personalização do plano”, sublinhou Bernardo.

Ele, entretanto, contou à imprensa que novidades virão exclusivamente para os clientes pós-pago da Oi. A restrição, segundo Winik, não entra no âmbito econômico (uma vez que estes são usuários com gasto “seguro” e “estável”) e sim com preferência do público.

Demonstração de como será o aplicativo Minha Oi (Foto: Divulgação/Ascom)

Foco no usuário, não nas dívidas

A Oi entrou em recuperação judicial em 20 de junho de 2016. De lá para cá, tem sofrido com a pressão de credores e pagamento de dívidas. Bernardo, entretanto, ressalta que apenas 1% da empresa se preocupa com este âmbito dos negócios. “Os outros 99% estão focados no operacional, na melhora da experiência do usuário”, disse.

Os novos planos, segundo o diretor de Varejo, são um meio de aumentar a receita da Oi e, consequentemente, dar suporte ao impacto da recuperação judicial, evitando uma intervenção. No último ano, a operadora sofreu com a perda de 5,6 milhões de clientes, segundo dados da Anatel. Isso, para Bernardo, se deve a uma rígida política de desligamento de clientes caso haja um certo período de inatividade (falta de recarga ou ligações, por exemplo).

Com os credores, a Oi pretende focar em acordos, ficando em segundo plano. “Nossa prioridade é melhorar a experiência do usuário, oferecendo a ele o melhor serviço possível”, explicou Winik. Até porque, segundo ele, os credores não se preocupam com uma empresa onde há a possibilidade de recuperar o investimento. E isso só acontece em empresas que, segundo ele, crescem e se reinventam.

Salvação vem da internet residencial

Bernardo Winik afirmou que o bundle residencial (telefone fixo + banda larga + TV por assinatura + celular) tem encabeçado o lucro da Oi. “Lideramos a TV por assinatura em 2016 e continuamos com bons números no primeiro trimestre deste ano”, disse. Conforme disse, a empresa conseguiu conter o desligamento das linhas fixas e, pela primeira vez na história da operadora, houve saldo positivo no segmento residencial.

O foco para este ano é continuar com o crescimento no contrato de bundles. Além disso, haverá investimentos na expansão da rede 4G. Para o segundo trimestre, o objetivo é passar os números do 2G e, para o fim do ano, ter aproximadamente 90% da população com cobertura de rede de alta velocidade. Tudo isso com um investimento de aproximadamente R$ 5 bi, segundo a empresa.