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Polícia mata homem após ataque terrorista com faca na Nova Zelândia

Seis pessoas ficaram feridas na Nova Zelândia, sendo três delas em estado grave, após um…

Polícia mata homem após ataque terrorista com faca na Nova Zelândia (Foto: reprodução - Twitter)
Polícia mata homem após ataque terrorista com faca na Nova Zelândia (Foto: reprodução - Twitter)

Seis pessoas ficaram feridas na Nova Zelândia, sendo três delas em estado grave, após um homem esfaqueá-las em um centro comercial nesta sexta-feira (3), em um ato que a primeira-ministra do país, Jacinda Ardern, classificou como apoio ideológico ao grupo terrorista Estado Islâmico (EI).

De acordo com as informações fornecidas por Ardern, o agressor, um cidadão do Sri Lanka que está em território neozelandês desde 2011, vinha sendo monitorado pela segurança do país há pelo menos cinco anos. O homem, que não foi identificado, foi morto pela polícia pouco após o ataque, feito na cidade de Auckland.

“Um extremista violento empreendeu um ataque terrorista contra inocentes na Nova Zelândia”, declarou Ardern. “O que aconteceu hoje foi desprezível, odioso e errado”, disse a primeira-ministra, ao que acrescentou que o episódio deve ser compreendido como um ato individual, e não um exemplo de fé ou cultura.

Ataque com faca Nova Zelândia

Polícia mata homem após ataque terrorista com faca na Nova Zelândia (Foto: reprodução – Twitter)

Uma testemunha do ataque disse ao jornal local New Zealand Herald que o agressor gritou “Allahu akbar” (Deus é maior, em árabe) no momento do ataque. Outra pessoa que estava presente, Michelle Miller descreveu que o homem estava “correndo como um lunático”. “Tudo que ouvi foram muitos gritos.”

O comissário de polícia Andrew Coster afirmou que o homem agia sozinho e que não há mais ameaças ao público. Ele vinha sendo seguido por policiais, e por isso foi possível interromper o ataque cerca de 60 segundos após o início, de acordo com as informações de Coster. “Isso mostra o quão de perto o estávamos observando.”

Os motivos pelos quais o agressor vinha sendo monitorado pelo governo neozelandês estão sob sigilo judicial, afirmou a primeira-ministra Jacinda Ardern. Questionada sobre o que levou o homem a permanecer em liberdade, mesmo que fosse considerado uma ameaça à segurança nacional, ela justificou que ele não havia cometido crimes e, portanto, não poderia estar na prisão. “Ele estava sendo constantemente monitorado e seguido.”

Informações obtidas pelo New Zealand Herald revelam que o agressor era um homem de 32 anos conhecido apenas por “S” e que havia sido preso pela polícia há pouco tempo por supostamente planejar um ataque terrorista “lone wolf” —quando o atentado é organizado por indivíduos sem relação hierárquica com organizações terroristas, ainda que compartilhem das ideologias fundamentalistas.

Ainda segundo informações do jornal, o homem teria sido considerado uma ameaça após comprar duas vezes facas de caça grandes e possuir vídeos do Estado Islâmico.

Auckland, onde foi realizado o ataque, vivencia um novo surto de coronavírus impulsionado pela variante delta, mais contagiosa, e está sob lockdown rigoroso, com apenas supermercados e outros negócios essenciais abertos.

Considerada um exemplo no combate à pandemia, a Nova Zelândia assiste a um repique de casos da doença. O país, que estava virtualmente livre do vírus havia seis meses, sem registrar casos de transmissão local e com um cenário parecido ao do mundo pré-coronavírus, viu a situação mudar em 7 de agosto, quando um passageiro contaminado de Sydney gerou o surto atual.

O ataque desta sexta revive memórias traumáticas no país. Há pouco mais de dois anos, em março de 2019, ataques a tiros em duas mesquitas na cidade de Christchurch deixaram 51 mortos e ao menos 42 feridos por disparos, inclusive crianças.

O massacre foi transmitido ao vivo durante 17 minutos pelo atirador na internet, que publicou um manifesto após o ataque, no qual chamou imigrantes de “invasores”.