‘Prioridade é resolver, não retaliar’, diz Alckmin sobre tarifaço dos EUA
"Procurar ampliar o número de setores que sejam excluídos, que fiquem fora da tarifa, que entendemos ser extremamente injusta"
“Resolver, não retaliar.” Vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin (PSB) disse que o governo do Brasil não tem como prioridade retaliar os Estados Unidos, mas resolver o tarifaço de 50% sobre grande parte dos produtos brasileiros que passou a valer nesta semana. A fala ocorreu neste sábado (9), em coletiva a jornalistas durante visita a Guaratinguetá (SP).
“A prioridade não é retaliar. A prioridade é resolver, é procurar ampliar o número de setores que sejam excluídos, que fiquem fora da tarifa, que entendemos ser extremamente injusta. Aliás, com base jurídica totalmente fraca. Eu não posso fazer política regulatória baseada em questões de natureza político-partidária”, afirmou o vice-presidente.
Alckmin tem liderado as negociações comerciais com o governo dos Estados Unidos. Em breve, inclusive, o Executivo Federal pretende anunciar medidas de apoio aos setores mais afetados com as sobretaxas. Ao mesmo tempo, o Planalto também tenta articular canais de negociação com a gestão Trump para incluir mais exceções na lista de quase 700 produtos que ficaram de fora.
“O presidente Lula deve anunciar no início da semana um pacote, um conjunto de medidas mitigatórias. Ou seja, apoiar as empresas. Quais empresas? Aquelas que exportam mais e que exportam mais para os EUA, que foram afetadas”, continuou Alckmin. Entre os setores que preocupam o governo e que eles querem incluir nas exceções estão o do café, carne e a indústria de motores e máquinas.
“O produto, a commodity, é mais fácil você encaixar em outro lugar. A indústria é mais específica, é mais difícil. (…) Aguardem aí, 24 horas, 48 horas, [o governo] está lançando um programa bem amplo de apoio para preservar emprego e as empresas poderem retomar e fortalecer sua atividade econômica.”
Por fim, ele também afirmou que “quando se aumenta a tarifa, quem paga é o consumidor. Não é o governo que paga, é o consumidor que acaba pagando. Então, entendemos que é um perde-perde. Nós devemos ir para um ganha-ganha. Ou seja, aumentar o fluxo de comércio, aumentar a exportação, a complementaridade econômica”.
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