Economist coloca Bolsonaro na capa e diz que Brasil dá aula de democracia
Artigo define Bolsonaro como presidente que trabalha para polarizar o país, que perdeu eleição e recusou-se a aceitar o resultado das urnas
Uma foto do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) usando um chapéu com pele de chifres de animal, parecido com o que foi usado por invasores do Capitólio, nos Estados Unidos (no dia 6 de janeiro de 2021), estampa a capa do jornal britânico The Economist nesta quinta-feira (28). O jornal publicou uma análise que diz que o Brasil está se recuperando de uma “febre populista” e que está dando uma aula de maturidade democrática.
O artigo define Bolsonaro como um presidente que trabalha para polarizar o país, que perdeu a eleição, recusou-se a aceitar o resultado das urnas e investiu contra as instituições para se manter no poder, incitando apoiadores. Lembra também que houve uma insurreição golpista no dia 8 de janeiro de 2023, e que por causa dela Bolsonaro responde a um processo criminal no Supremo Tribunal Federal (STF). O julgamento está marcado para começar no dia 2 de setembro.
A possibilidade de punir um político golpista que flerta com a extrema direita é descrita pelo Economist como “uma fantasia da esquerda norte-americana” que, no Brasil, está se tornando realidade. O jornal, em certos momentos, chama Bolsonaro de “Trump dos trópicos” e diz que o Brasil se recupera do populismo.
Mudança de perfil
Os britânicos dizem que, em razão dos desdobramentos políticos recentes, os Estados Unidos estão assumindo o perfil que era do Brasil no passado e que os brasileiros estão virando o que, um dia, foram os norte-americanos.
“Os EUA estão se tornando mais corruptos, protecionistas e autoritários — com Donald Trump esta semana mexendo com o Federal Reserve e ameaçando cidades controladas pelos democratas. Em contraste, mesmo com o governo Trump punindo o Brasil por processar Bolsonaro, o próprio país está determinado a salvaguardar e fortalecer sua democracia”, diz um trecho.