Eduardo Bolsonaro se manifesta após Moraes votar por aceitar denúncia: ‘Vingança pessoal’
"Trabalho pela anistia ser votada por um Congresso livre das ameaças de Alexandre de Moraes", diz filho do ex-presidente
A reação de Eduardo Bolsonaro após Alexandre de Moraes votar por aceitar a denúncia contra ele movimentou as redes nesta sexta-feira. O deputado classificou o gesto como uma espécie de “vingança pessoal”, expressão usada no conteúdo que repostou ao comentar a postura do ministro. A manifestação veio depois de Moraes, do STF, se posicionar pela abertura de ação penal em cima da acusação de coação no curso do processo apresentada pela PGR.
Após o voto do ministro, o parlamentar compartilhou uma publicação do influenciador Paulo Figueiredo, que critica a decisão e afirma que Eduardo estaria sendo alvo de perseguição política. O ministro Flávio Dino também acompanhou o voto pela aceitação da denúncia.
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“Outros candidatos anti-establishment, como o próprio Jair Bolsonaro, e favoritos ao Senado sofrerão a mesma perseguição. É o sistema se reinventando para sobreviver. Tudo que sei é via imprensa, já que jamais fui citado. Por que Moraes não usa os canais oficiais com os EUA?”, escreveu Eduardo nas redes sociais.
— Se eu estiver cometendo um crime nos Estados Unidos, Moraes está acusando os Estados Unidos de proteger um criminoso — afirmou o deputado em vídeo publicado no X (antigo Twitter). — Eu nunca trabalhei pela absolvição do meu pai. Eu trabalho pela anistia ser votada por um Congresso livre das ameaças de Alexandre de Moraes.
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Figueiredo reforçou o teor da crítica: “Denunciado sem citação, por ato lícito praticado fora da jurisdição da Corte”, disse. “Agora, será o primeiro político julgado in absentia, sem defesa, em nossa história recente. Não é apenas uma vingança pessoal, mas uma tentativa vã de retirar Eduardo Bolsonaro das urnas”, completou.
Caso a posição de Moraes seja acompanhada pela maioria dos ministros, Eduardo se tornará réu e será aberta uma ação penal. A fase seguinte — julgamento do mérito, com absolvição ou condenação — ocorre em outro momento.
“A Procuradoria-Geral da República demonstrou a presença da justa causa necessária para a instauração de ação penal contra o acusado Eduardo Nantes Bolsonaro, tendo detalhado sua conduta criminosa”, escreveu o ministro em seu voto.
O julgamento no plenário virtual começou nesta sexta-feira e está previsto para seguir até 25 de novembro. Ainda devem votar a ministra Cármen Lúcia e os ministros Cristiano Zanin e Flávio Dino.
A acusação
A denúncia da PGR se baseia principalmente em declarações públicas de Eduardo e Paulo Figueiredo, além de mensagens extraídas de celulares apreendidos. O procurador-geral Augusto Aras destacou que ambos admitiram publicamente ter atuado para incentivar autoridades dos Estados Unidos a impor sanções ao Brasil.
Na peça, o procurador-geral afirma: “Os fatos expostos nesta acusação repousam em sólido acervo probatório, composto, especialmente, por declarações públicas dos próprios investigados, em suas redes sociais e em entrevistas, bem como por dados extraídos de aparelhos celulares apreendidos”.
“A dupla denunciada anunciava as sanções previamente, celebrava quando eram impostas e as designava como prenúncio de outras mais, caso o Supremo Tribunal não cedesse. As providências foram obtidas com porfiado esforço pela dupla, conforme os denunciados — eles próprios — triunfalmente confessam”, escreveu Gonet.
Eduardo Bolsonaro se manifesta após Moraes votar por aceitar denúncia: ‘Vingança pessoal’
🚨CAÇA À BRUXAS: Moraes vota para me tornar réu.
— Eduardo Bolsonaro🇧🇷 (@BolsonaroSP) November 14, 2025
Outros candidatos anti-establishment, como o próprio @jairbolsonaro, e favoritos ao Senado sofrerão a mesma perseguição. É o sistema se reinventando para sobreviver.
Tudo que sei é via imprensa, já que jamais fui citado. Por que… pic.twitter.com/75IjqkXn1D