Em carta a Trump, governador do DF culpa Lula após presidente dos EUA dizer que Brasília é violenta
No documento, Ibaneis citou ainda encontros recentes com governadores de direita, como Ronaldo Caiado
O governador do Distrito Federal encaminhou uma carta à embaixada dos Estados Unidos após declaração do presidente americano Donald Trump, que apontou Brasília como exemplo de “capital violenta”. Ibaneis Rocha (MDB) culpa Lula ao reagir à fala do presidente dos EUA, que disse que Brasília é violenta. O documento foi enviado nesta terça-feira (12) à Casa Branca, um dia após Trump incluir a capital brasileira em uma lista de capitais perigosas durante pronunciamento sobre segurança interna nos Estados Unidos.
Na mensagem, o governador do DF contesta os dados apresentados por Trump, afirmando que são antigos e não refletem a realidade atual. Ibaneis destacou que a taxa de homicídios de Brasília é inferior a um terço da registrada em Washington. Ele também atribuiu parte dessa percepção à “ausência de diálogo mais consistente entre o Brasil e os Estados Unidos“, o que, segundo ele, é responsabilidade do governo Lula.
O governador defendeu que o Brasil adota um modelo federativo que garante autonomia ao Distrito Federal na condução da segurança pública, ressaltando que sua gestão é de centro-direita, com foco em resultados concretos e sem viés ideológico. “A visão de segurança pública em Brasília é baseada em lei e ordem, aliada a políticas sociais de alcance real”, afirmou.
Ibaneis Rocha também reiterou que defende relações diplomáticas pragmáticas e produtivas com os Estados Unidos, colocando interesses geopolíticos e comerciais acima de disputas político-partidárias. Ele citou ainda encontros recentes com governadores de direita, como Ronaldo Caiado, de Goiás, para articular uma retomada do diálogo direto com o governo norte-americano.
A iniciativa faz parte da estratégia de Ibaneis Rocha de se fortalecer politicamente no cenário nacional, posicionando-se como voz de oposição ao governo Lula e buscando alianças para as eleições de 2026.