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Empresário confessa ter matado gari após briga de trânsito em BH, diz polícia

Renê da Silva Nogueira Júnior está detido preventivamente; responsável por sua defesa deixou o caso

Empresário confessa ter matado gari após briga de trânsito em BH, diz polícia Renê da Silva Nogueira Júnior está detido preventivamente
Foto: Redes Sociais

O empresário Renê da Silva Nogueira Júnior confessou ter sido o autor do disparo que matou o gari Laudemir de Souza Fernandes, disse a Polícia Civil de Minas Gerais nesta terça-feira (19). O advogado Leonardo Salles, que fazia a defesa do suspeito, deixou de representá-lo. A reportagem não localizou o novo responsável pela defesa. O caso aconteceu em Belo Horizonte.

A confissão aconteceu em depoimento realizado na última segunda (18), segundo a polícia.

“Na oportunidade, o suspeito alegou que efetuou o disparo em razão de uma discussão de trânsito e que a sua esposa, servidora da PCMG, não tinha conhecimento que ele havia se apoderado da arma particular da delegada, uma pistola, calibre .380”, disse a corporação, em nota.

Na última sexta (15), a polícia confirmou que a arma utilizada para atirar no gari é de uso pessoal da delegada Ana Paula Balbino Nogueira, mulher de Renê.

A corregedoria da Polícia Civil mineira instaurou procedimento disciplinar para apurar a conduta da servidora. Até o momento, ela segue com suas funções na corporação.

O empresário está cumprindo prisão preventiva (sem prazo) em Caeté, na região metropolitana de Belo Horizonte, sob suspeita de ter matado o gari após uma briga de trânsito no início da semana passada.

Segundo o relato das testemunhas aos policiais, ele teria ficado incomodado com o espaço que o caminhão de lixo ocupava na rua no momento em que passava com seu carro, da marca BYD.

A confusão teria começado quando o empresário exigiu que a motorista do caminhão liberasse espaço para ele passar. Mesmo após ela ter manobrado o veículo, o empresário teria ameaçado atirar na mulher, e os garis saíram em defesa dela.

Renê, inicialmente, havia negado o crime em depoimento e afirmava não ter passado pelo local onde Laudemir foi atingido.

O Ministério Público de Minas pediu à Justiça o bloqueio de R$ 3 milhões em bens do casal, após solicitação do advogado de defesa da família.

A Promotoria entende que a medida deve atingir também a esposa do suspeito. No entendimento do órgão, a delegada, como dona da arma de fogo usada no crime, responderia solidariamente pelo caso.

No parecer enviado à Justiça, o MP-MG afirmou que o padrão de vida exibido pelo casal nas redes sociais e as trajetórias profissionais deles “fazem presumir a capacidade financeira para arcar com uma vultuosa quantia indenizatória”.