CRIME

Enfermeira de 81 anos morre ao ser sufocada em roubo em São Paulo

A enfermeira aposentada Tamami Ikuno, de 81 anos, foi asfixiada até a morte durante um…

Enfermeira de 81 anos morre ao ser sufocada em roubo em São Paulo
Enfermeira de 81 anos morre ao ser sufocada em roubo em São Paulo (Foto: Reprodução - Facebook)

A enfermeira aposentada Tamami Ikuno, de 81 anos, foi asfixiada até a morte durante um roubo, em sua casa, na madrugada do último sábado (22), na região do Sacomã, zona sul de São Paulo. Quatro criminosos, investigados pelo crime, ainda não foram presos pela polícia.

Um carro semelhante ao usado pela quadrilha na fuga, um Peugeot 206 preto, foi encontrado queimado, na manhã desta segunda (24), a cerca de dois quilômetros de distância do local do latrocínio (roubo e morte), segundo a SSP (Secretaria da Segurança Pública).

À Polícia Civil, um enfermeiro de 62 anos, que estava hospedado na casa de Tamami, afirmou ter sido imobilizado por um dos criminosos, quando pretendia ir ao banheiro. Ele foi levado até o quarto da amiga, em seguida.

No cômodo, de acordo com o enfermeiro, Tamami já estava sendo sufocada por um dos três criminosos que invadiram a residência. Isso teria acontecido pelo fato de a aposentada ter gritado, ao ver os bandidos. O enfermeiro prometeu que iria acalmar a idosa. Para isso, pediu que o criminoso parasse de sufocá-la.

Porém, aparentemente desorientada, a idosa voltou a gritar, e o bandido tapou novamente sua boca e nariz, usando as mãos. Ela foi sufocada “até não mais apresentar resistência”, diz trecho do boletim de ocorrência.

Enquanto Tamami era asfixiada em seu quarto, no segundo andar da casa, sua filha, uma professora de 55 anos, dormia em outro cômodo, no piso superior, trancado a chave. Por causa disso, os criminosos invadiram o quarto dela pela janela, por volta das 5h30, conforme relatado pela educadora à polícia.

Ela acrescentou que os criminosos sabiam seu nome e o da mãe, além do fato de elas manterem moedas estrangeiras em casa, como dólares, euros e libras. O dinheiro era guardado para ser usado em viagens internacionais.

Depois de pegarem o dinheiro, cujos valores não foram informados, os criminosos amarraram a professora e fugiram.

Quando conseguiu se soltar, a professora correu até o quarto da mãe, onde se deparou com o enfermeiro, amigo da família, tentando reanimar a idosa, mas sem sucesso. A morte dela foi confirmada por uma equipe de socorristas dos bombeiros, ainda no local.

Uma câmera de monitoramento registrou o momento em que os três bandidos pulam o muro da casa da enfermeira, entrando em seguida em um carro preto, conduzido por um quarto criminoso.

Nos registros do 26º DP (Sacomã), onde o caso foi registrado, consta que o trio se intitulava como “especialista em assaltar casa de oriental”, chamando a atenção da polícia o fato de eles conhecerem detalhes da rotina das vítimas, assim como seus nomes e onde elas guardavam o dinheiro e joias.

O total de itens levados pelo bando não foi informado pela polícia. O carro encontrado incendiado, na segunda, foi periciado. Os laudos, porém, ainda não foram concluídos. Apesar de registrado no 26º DP, o caso é investigado pelo 83º DP (Parque Bristol).

O corpo da idosa foi velado no domingo (23) e sepultado na segunda (24) no cemitério de Congonhas, na zona sul paulista.

O Sindicato dos Enfermeiros do Estado de São Paulo lamentou a morte de Tamami. A entidade ressaltou que ela era especialista em pediatria e puericultura, enfermagem do trabalho, saúde pública, além de atuar como pedagoga e docente.

“Tamami deixa uma lacuna difícil de ser preenchida. Aos 81 anos, aposentada, nunca deixou de contribuir e participar do cotidiano da Enfermagem”, diz trecho de nota, compartilhada em uma rede social.