CASO VALÉRIO

“Era questão de tempo”, diz Valério Filho sobre soltura de réus

"Para nós, a execução imediata da pena se justifica pelas várias tentativas de obstrução de Justiça e por questão de segurança"

"Depois da soltura de Sampaio, era questão de tempo", diz Valério Filho sobre soltura de réus
"Depois da soltura de Sampaio, era questão de tempo", diz Valério Filho sobre soltura de réus (Foto: Jucimar de Sousa - Mais Goiás)

Valério Filho comentou a soltura dos condenados pelo assassinato do pai dele, o radialista Valério Luiz. “Para nós, a execução imediata da pena se justifica pelas várias tentativas de obstrução de Justiça e por questão de segurança.” A juíza substituta Alice Teles de Oliveira mandou soltar, nesta quarta (16), Marcus Vinícius Pereira Xavier, Urbano de Carvalho Malta e Ademá Figueredo Aguiar Filho. O outro réu condenado é o ex-cartorário e ex-presidente do Atlético Goianiense Maurício Sampaio, que já havia reconquistado a liberdade por meio de habeas corpus. “Depois da soltura de Sampaio, era questão de tempo.”

O filho da vítima, que foi também assistente de acusação no julgamento, contudo, compreende a situação. “Enquanto o STF (Supremo Tribunal Federal) não decide sobre a possibilidade de réus condenados em tribunal do júri cumprirem a pena imediatamente, os tribunais têm seguido o entendimento do STJ (Superior Tribunal de Justiça), que eles podem recorrer em liberdade.” Segundo ele, cabe ao Ministério Público entrar com petição ao Supremo para revogar as liminares e eles cumprirem as penas presos.

Condenação

O ex-cartorário Maurício Sampaio, Urbano, Ademá e Marcus foram condenados. A decisão foi proferida na semana passada, após três dias de julgamento. A sentença ocorre na 5ª tentativa de realização do júri popular.

Sampaio, Urbano Malta, Ademá Figueiredo e Marcus Vinicius Pereira Xavier tiveram a prisão imediatamente declarada. Djalma Gomes da Silva, também acusado de participar do crime, foi inocentado.

Penas

Na decisão, o júri condenou Maurício Sampaio a 16 anos de prisão. Segundo os autos, ele foi o mandante do crime, “em um contexto grave, como represália às críticas proferidas pela vítima ao réu, que, à época, exercia o cargo de vice-presidente do Atlético Goianiense”.

Ademá Figueredo Aguiar Filho, apontado como autor dos disparos contra Valério Luiz, foi condenado a 16 anos de prisão. Urbano de Carvalho Malta, que teria contratado Ademá para cometer o crime, teve pena estipulada em 14 anos de prisão.

O júri também decidiu pela condenação de Marcus Vinícius a 14 anos de prisão por ajudar no homicídio. De acordo com a decisão, ele foi o responsável por emprestar a motocicleta, o capacete e a camiseta utilizada no crime. Ele também teria guardado a arma usada por Ademá e um aparelho celular utilizado para se comunicar com os demais réus.

Absolvição

A única absolvição foi dada a Djalma Gomes da Silva. Ele era acusado de auxiliar no planejamento do assassinato, além de atrapalhar as investigações.

Na votação, os réus obtiveram 4 votos a 3 no caso dos condenados. Para a absolvição, o placar foi o mesmo, de 4 a 3. Os promotores apresentarão recurso contra a absolvição para que haja novo júri.

Relembre a morte de Valério Luiz

A morte do radialista Valério Luiz completou 10 anos no último dia 5 de julho. O profissional foi assassinado em 2012, quando saía do local em que trabalhava no Setor Bueno, em Goiânia.

Segundo o Ministério Público, o assassinato ocorreu em razão de críticas feitas pelo profissional, que teriam desagradado o empresário Maurício Sampaio, à época ligado à direção do Atlético Goianiense.

LEIA MAIS:

Justiça revoga prisão de três condenados por matar Valério Luiz