Operação Faroeste

Ex-vocalista do Timbalada é investigada por supostas vendas de sentenças na Bahia

A cantora e ex-vocalista da banda Timbalada, Amanda Santiago, é investigada pela possível participação em…

Ex-vocalista do Timbalada é investigada em esquemas de vendas de sentenças na Bahia
Ex-vocalista do Timbalada é investigada em esquemas de vendas de sentenças na Bahia

A cantora e ex-vocalista da banda Timbalada, Amanda Santiago, é investigada pela possível participação em um suposto esquema de vendas de sentenças no Tribunal de Justiça da Bahia (TJ-BA). A artista é filha da desembargadora Maria do Socorro Barreto Santiago, que está presa há um ano, acusada de participar do esquema criminoso.

Amanda ganhou, em 2002, o prêmio de cantora revelação no Carnaval da Bahia, quando estava à frente do Timbalada. Atualmente, ela segue em carreira solo e desenvolve shows em ritmo de batuque.

A cantora estava entre os 35 alvos de busca e apreensão cumpridos na sexta e sétima fase da Operação Faroeste, que foram realizados na última segunda-feira (14). Os mandados foram cumpridos em Salvador, Barreiras, Catu e Uibaí, além de Brasília (DF). Na ocasião, a desembargadora Ligia Maria Cunha Lima foi presa, juntamente com Ronilson Pires de Carvalho, que não teve o cargo divulgado.

De acordo com as investigações, a cantora teria movimentado R$ 8 milhões em conta bancária e repassado para a mãe. A polícia afirma que, no mesmo período, Amanda teria declarado renda mensal de apenas R$ 1 mil. As apurações também constataram movimentações “vultuosas” entre a conta de Amanda e a desembargadora em valores entre R$ 25 mil e R$ 80 mil.

O nome da artista foi citado na delação premiada do advogado Julio Cesar Cavalcante Ferreira. Ele é um dos acusados de negociar as sentenças a cinco organizações criminosas compostas por desembargadores e juízes do Tribunal de Justiça baiano.

Ex-vocalista do Timbalada é investigada em esquemas de vendas de sentenças na Bahia

Ex-vocalista do Timbalada é investigada em esquemas de vendas de sentenças na Bahia (Foto: reprodução/instagram)

Além disso, as investigações apontam que a cantora também teria realizado operações financeiras com o acusado de ser líder da organização, Adailton Maturino, e com a esposa dele, Geciane Maturino. Os valores ultrapassam a cifra de R$ 1 milhão. Um deles seriam um saque de R$ 500 mil para dificultar a ligação do casal e ela no suposto esquema.

O Superior Tribunal de Justiça (STJ) ordenou ainda que fossem afastados dos cargos o secretário de Segurança Pública da Bahia, Maurício Barbosa, que estava à frente do cargo em 2011. A decisão também abrangeu a delegada e chefe de gabinete da SSP, Gabriela Caldas Rosa de Macêdo, e a promotora de Justiça e ex-procuradora geral da Bahia, Edilene Lousado. Ambos estão proibidos de manterem contatos com servidores dos órgãos onde são lotados.

A reportagem do Uol procurou a ex-vocalista, mas a mesma não respondeu as tentativas de contato.

Esquema

As investigações apontam que o esquema legalizava terras de grilagem na região Oeste da Bahia por meio de vendas de sentenças judiciais e usava nomes de laranjas e empresa para distribuir pagamentos. Supeita-se que a área grilada trem 360 mil hectares e que foram obtidos valores que alcançam a casa dos bilhões de reais.

Maria do Socorro, mãe da cantora, foi presa durante a primeira fase da operação, deflagrada em 19 de novembro do ano passado. Outros quatro advogados foram presos e cinco desembargadores foram afastados da corte baiana. 40 mandados de busca e apreensão também foram cumpridos.

*Com informações do portal Uol