Sistema penitenciário

Filhos de Bolsonaro compartilham críticas a ação do Ministério da Justiça contra Covid-19

O Departamento Penitenciário Nacional, subordinado à pasta comandada por Sergio Moro, comprou 600 tablets para que presos no sistema federal conversem virtualmente com familiares

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Eduardo e Carlos Bolsonaro criticaram a compra de 600 tablets para que presidiários conversem virtualmente com seus familiares. (Foto: Jorge William/Agência O Globo)

O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-RJ) republicou na noite desta segunda-feira uma crítica a uma ação do Ministério da Justiça e da Segurança Pública (MJSP), chefiado por Sergio Moro, no enfrentamento ao novo coronavírus. O filho do presidente Jair Bolsonaro compartilhou um tuíte que questiona a compra de 600 tablets para que presidiários conversem virtualmente com seus familiares. Pouco antes, o vereador Carlos Bolsonaro (PSC-RJ) também divulgou mensagem que classifica o ato como “a destruição da moralidade” e “vergonhoso”.

Nesta segunda, a coluna de Guilherme Amado, da revista Época, informou que o Departamento Penitenciário Nacional (Depen), subordinado ao MJSP, está comprando os equipamentos para que os detentos no sistema federal conversem virtualmente com seus familiares. A notícia foi compartilhada nas redes sociais pelo perfil do ministério, que apontou tratar-se de uma medida “para evitar o contágio do coronavírus no sistema prisional”. “Sem poder receber visitas, os presos vão conversar virtualmente com os parentes”, diz a publicação.

“Ministério da Justiça comprou 600 tablets para os presidiários. É isso mesmo que vocês leram. Excelente prioridade, hein?Valeu!”, questiona o tuíte republicado por Eduardo, do perfil “isentoes2”, o mesmo que publicou a mensagem divulgada por Carlos: “Enquanto o civil sentado sozinho em parque público é preso de maneira brutal, o bandido na cadeia recebe um tablet novinho para falar com seus familiares. Isso não se trata apenas de inversão de valores, mas é a destruição da moralidade. Vergonhoso!”.

Procurado pelo GLOBO, o ministério informou que os 600 tablets, cuja compra ainda não foi concluída, “servirão também para reuniões de trabalho, videoconferências judiciais e visitas virtuais”.

Em nota, o Depen informou que o projeto ainda está em fase de concepção e que o projeto não permitirá que os equipamentos fiquem sob o controle dos presos. Segundo o órgão, a media vai aprimorar a segurança das unidades. “Destaque-se que atualmente todas as unidades prisionais do Brasil estão com suas visitas suspensas a fim de prevenir proliferação do covid19”, concluiu o comunicado.