Glauber Braga encerra greve de fome após acordo sobre processo de cassação
Desde o dia 9 de abril, Glauber se alimentava apenas de água, soro e isotônicos, perdendo cerca de cinco quilos

O deputado federal Glauber Braga (PSOL-RJ) anunciou na quinta-feira (17) o fim da greve de fome que mantinha há oito dias em protesto contra o processo de cassação de seu mandato. A decisão ocorreu após um acordo com o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), que estabeleceu um prazo mínimo de 60 dias entre a análise do recurso na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) e a votação em plenário.
Desde o dia 9 de abril, Glauber se alimentava apenas de água, soro e isotônicos, perdendo cerca de cinco quilos, segundo sua assessoria. O protesto foi uma resposta à decisão do Conselho de Ética da Câmara, que na semana passada aprovou um parecer favorável à cassação do parlamentar, acusado de agredir um militante do Movimento Brasil Livre (MBL) em 2024.
Em publicação no X (antigo Twitter), Hugo Motta afirmou que, após a deliberação da CCJ, o caso não será levado ao plenário antes de 60 dias, garantindo tempo para a defesa de Glauber.
“Garanto que, após a deliberação da CCJ, qualquer que seja ela, não submeteremos o caso ao plenário antes de 60 dias. Depois desse período, os deputados decidirão soberanamente”, declarou Motta.
Glauber celebrou o acordo como uma “sinalização de recuo” da Câmara diante do que chamou de “perseguição política”. Ele vinculou a cassação às suas críticas ao orçamento secreto e a aliados do ex-presidente da Casa, Arthur Lira (PP-AL).
“Suspendemos a greve, mas não a luta contra o orçamento secreto, o poder oligárquico ou a impunidade nos casos Marielle e golpistas”, disse o deputado em coletiva, acompanhado por aliados como a ministra Anielle Franco e a esposa, a deputada Sâmia Bomfim (PSOL-SP).
Próximos passos
- Até 22/04: Glauber protocola recurso na CCJ, que analisará eventuais vícios no processo.
- 60 dias após CCJ: Motta só pautará a cassação no plenário após esse período, adiando a votação para o segundo semestre.
- Plenário: São necessários 257 votos para cassar o mandato.
O PSOL já prepara a defesa, alegando “desproporcionalidade” e “parcialidade do relator”, o deputado Paulo Magalhães (PSD-BA). O partido também mobiliza juristas e movimentos sociais para pressionar pela absolvição de Glauber, que nega ter cometido violência injustificada.
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